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Um retrato de Cristo, de Pilatos e dos judeus.

Foto do escritor: Sónia RamosSónia Ramos


22/11/2024

Leia 19.1-16


Esses versículos nos apresentam uma cena maravilhosa, que deve ser profundamente

interessante para todos aqueles que professam ser crentes. Parecendo um imenso painel histórico, esse texto nos mostra em especial três retratos, nos quais convém fixar nossa atenção. Revelam três pessoas que servem de exemplo para nossas vidas, e será proveitoso examiná-las em ordem.

O primeiro retrato que encontramos nessa passagem é o do próprio Senhor Jesus Cristo. Vemos o Salvador dos homens sendo chicoteado, coroado com espinhos, escarnecido, esbofeteado, rejeitado por seu povo, injustamente condenado ao mais doloroso tipo de morte. No entanto, ele era o eterno Filho de Deus, aquele a quem os incontáveis anjos do Pai se deleitavam em honrar. Foi ele quem veio ao mundo para salvar os pecadores e, após viver de maneira imaculada durante trinta anos, passou seus últimos três anos de vida andando por toda parte, fazendo o bem e pregando o evangelho. Com certeza, desde o dia de sua criação, o sol jamais brilhou com tamanha intensidade!

Admiremos o amor de Cristo, sobre o qual o apóstolo Paulo disse: "Excede todo entendimento", e vejamos que essa expressão está repleta de profundo significado. Não existe amor terreno com o qual possamos compará-lo, nem um padrão que seja capaz de avaliá-lo. É um amor inigualável. Ao meditar sobre essa história de sofrimentos, jamais esqueçamos que Jesus sofreu por causa de nossos pecados, o justo pelos injustos, e que ele foi traspassado por causa de nossas transgressões e ferido por causa de nossas iniquidades, a fim de que, por meio de seus sofrimentos, fôssemos salvos.

Com diligência, devemos seguir o exemplo de paciência dado por nosso Senhor, em todas as provas e aflicões de nossas vidas, especialmente aquelas que nos alcancam por motivos espirituais. Quando foi ultrajado, o Senhor Jesus não revidou com ultraje; ao ser maltratado, não fez ameaças, mas entregou-se àquele que julga retamente. Revistamo-nos dessas mesmas atitudes. Olhemos atentamente para aquele que, sem murmurar, suportou tamanha oposição da parte dos pecadores e esforcemo-nos para glorificá-lo por meio do sofrimento, bem como da prática do bem.

O segundo retrato que encontramos na passagem é o dos judeus incrédulos que favoreceram a morte de Jesus. Nós os vemos por três ou quatro horas rejeitando a oferta de Pilatos no que diz respeito à liberdade de nosso Senhor, exigindo com ferocidade sua crucificação, clamando agressivamente por sua condenação à morte, recusando-se com persistência a reconhecê-lo como seu rei, declarando que não tinham outro rei além de César e acumulando sobre suas próprias cabeças grande parte da culpa pela morte de Cristo. Apesar disso, eram filhos de Israel e descendentes de Abraão; a eles, pertenciam as promessas, os cerimoniais da lei de Moisés, os sacrifícios e o templo. Esses foram os homens que professavam aguardar um profeta maior do que Moisés, um descendente de Davi, que estabeleceria um reino como Messias. Desde a queda de Adão, nunca houve tão grande demonstração da profunda impiedade do coração humano.

Com temor e tremor, estejamos atentos ao imenso perigo de uma contínua rejeição da luz e do conhecimento. Realmente existe um julgamento imposto na forma de cegueira espiritual; e esse é o pior dos juízos que Deus pode enviar sobre uma pessoa. Aquele que, à semelhança de Faraó e Acabe, é constantemente repreendido por Deus e recusa-se a aceitar tal repreensão, por fim endurecerá seu coração, mais do que uma rocha inquebrável, e terá uma consciência insensível e cauterizada. Essa era a situação dos judeus na época do ministério terreno de nosso Senhor, e o clímax de seus pecados foi sua deliberada rejeição de Jesus, quando Pilatos desejava solta-lo. Devemos orar para que sejamos isentos de tamanha cegueira espiritual! Não existe pior julgamento da parte de Deus do que sermos entregues a nós mesmos, ou à impiedade de nossos próprios corações, ou ao maligno. Não existe uma maneira mais segura de trazermos juízo sobre nós mesmos do que persistirmos em rejeitar os avisos e continuarmos pecando contra a luz. As palavras de Salomão devem causarnos bastante pavor: "Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse; antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei" (Pv 1.24-26). Jamais nos esqueçamos de que, assim como os judeus, podemos ser entregues a uma grande ilusão, de modo que creiamos na mentira e pensemos estar servindo a Deus quando, na realidade, estamos pecando (2Ts 2.11). O terceiro e último retrato que encontramos nessa passagem é o de Pôncio Pilatos. Vemos o governador romano, um homem de status elevado, representante do mais poderoso império daquela época, um homem que deveria ser fonte de justiça e equidade; nós o vemos hesitando entre dois pensamentos em um caso tão claro quanto a luz do sol ao meio-dia. Ele sabia o que era correto, mas estava com medo de agir de acordo com esse conhecimento; estava convicto de que deveria libertar o prisioneiro que tinha diante de si, mas estava receoso de fazê-lo, para não desagradar aqueles que o acusavam. Assim, com base no temor dos homens, ele sacrificaria as exigências da justiça; motivado por covardia, aprovaria um crime gravíssimo; e finalmente, por amar a opinião dos homens, Pilatos apoiaria o assassinato de um inocente. A natureza humana jamais cometeu um ato tão desprezível quanto esse. Nenhum outro nome tem sido tão desprezado pelo mundo quanto o de Pôncio Pilatos. Devemos aprender, nessa passagem, que os seres humanos são criaturas miseráveis quando não possuem princípios elevados em seus corações e a fé na existência de um Deus que está acima deles.

O homem mais humilde que possui a graça e o temor a Deus é mais nobre aos olhos do Criador do que um rei, um presidente ou um político cujo alvo primário é agradar o povo. Ter uma consciência para si mesmo e outra diante do público; possuir uma regra de deveres para nós mesmos e outra para as atividades públicas; ver claramente o que é correto aos olhos de Deus e, apesar disso, fazer o que é errado, por causa da popularidade - tudo isso pode parecer correto, sábio e diplomático. Porém, revela um tipo de caráter que nenhum cristão deve considerar respeitoso.

Oremos para que sempre tenhamos em nosso país homens de Estado que possuam a graça de pensar corretamente e a coragem para proceder com sabedoria, não se sujeitando às opiniões dos homens. Aqueles que temem mais a Deus do que aos homens e se preocupam mais em agradá-lo do que aos homens são os melhores governantes de um povo e, no final das contas, frequentemente são os mais respeitados. Homens como Pôncio Pilatos, que estão sempre hesitando e se comprometendo, deixando-se levar pela opinião popular, em vez de exercer controle sobre ela, temendo fazer o que é certo, porque isso ofende as pessoas, e estando dispostos a fazer o que é errado, em troca de popularidade - tais homens são os piores governantes que uma nação pode ter. Com frequência, são instrumentos do juízo de Deus sobre uma nação por causa de seus pecados.



Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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