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Foto do escritorSónia Ramos

Sinais que acompanharam a morte de Cristo; o testemunho do centurião


02/04/2024

Leia Lucas 23.44-49


Inicialmente, observamos nesses versículos os miraculosos sinais que acompanharam a morte de Jesus na cruz. O sol escureceu, e "houve trevas sobre toda a terra" por três horas, "e rasgou-se pelo meio o véu do santuário".

Era conveniente e certo que a atenção de todos os moradores de Jerusalém e arredores fosse atraída de maneira notável quando o grande sacrifício pelo pecado estava sendo oferecido e o Filho de Deus estava morrendo. Quando a Lei foi entregue no monte Sinai, houve sinais e maravilhas aos olhos de todo o Israel. Houve sinais e maravilhas semelhantes quando o sangue expiatório de Cristo estava sendo derramado no Calvário. Houve sinal para um mundo incrédulo. As trevas ao meio-dia seriam um sinal que impeliria os homens a pensar. Houve um sinal para os religiosos e os ministros do templo. O rasgar-se do véu que separava o Lugar Santo e o Santo dos Santos foi um milagre que criaria temor no coração de todo sacerdote e levita no serviço do templo. Devemos lembrar que sinais em ocasiões especiais foram parte da maneira de Deus lidar com os homens. Ele conhece a desesperada estupidez e incredulidade da natureza humana. Ele reconhece como necessário despertar nossa atenção com obras miraculosas, quando introduz uma nova dispensação. Por meio dos sinais, ele compele os homens a abrir seus olhos e a determinar se querem ou não ouvir a voz divina por um breve momento. Deus fez isso com muita frequência nos dias passados. Ele agiu do mesmo modo quando entregou a Lei e também na ocasião em que estabeleceu a dispensação do evangelho. Ele fará isso novamente no advento da segunda vinda de Cristo. Deus mostrará ao mundo escarnecedor e incrédulo que pode sustar as leis da natureza sempre que desejar e alterar o curso das coisas criadas tão facilmente quanto trouxe o mundo à existência. Ele cumprirá suas palavras: "Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu" (Hb 12.26). "A lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte Sião" (Is 24.23).

Em seguida, devemos observar nesses versículos as palavras admiráveis que nosso Senhor pronunciou ao morrer. "Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou".

Nas suas palavras, existe um profundo significado, o qual não somos capazes de esquadrinhar. Havia algo misterioso na morte de nosso Senhor que a tornou diferente da morte de qualquer outro ser humano. Aquele que proferiu essas palavras, temos de lembrar com atenção, tanto era Deus como era homem. Suas duas naturezas, divina e humana, estavam unidas de modo inseparável. É lógico que sua natureza divina não poderia morrer. Ele declarou a respeito de si mesmo: "Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la" (Jo 10.17, 18). Cristo morreu, não porque estivesse obrigado ou porque não pudesse evitá-lo, como nós não podemos; ele morreu voluntariamente, de sua própria e espontânea vontade.

Entretanto, nas palavras de nosso Senhor, existe um sentido que ministra uma lição preciosa para todos os verdadeiros crentes. Suas palavras nos mostram a maneira como a morte deve ser recebida por todo filho de Deus e nos apresentam um exemplo que todos os crentes devem esforçar-se para seguir. Assim como nosso Senhor, não devemos ter medo de enfrentar o "rei dos terrores". Devemos considerá-lo um inimigo conquistado, cujo aguilhão foi anulado pela morte de Cristo. Devemos pensar na morte como um inimigo que pode afligir nosso corpo apenas por um breve momento e, depois, nada mais pode fazer. Devemos esperar com calma e paciência sua aproximação e crer que, ao se desfazer o corpo, nossa alma estará bem guardada. Essa foi a atitude de Estêvão quando estava a morrer. Ele disse: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" (At 7.59). Foi também a atitude de Paulo quando estava idoso e chegou o tempo de sua partida. Ele declarou: "Sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia" (2Tm 1.12). Felizes são aqueles que têm um final de vida semelhante a esses!

Por último, devemos observar nesses versículos o poder da consciência no caso do centurião e das pessoas que contemplaram a morte de Cristo. Somos informados de que o centurião "deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo", e que as multidões reunidas para assistir ao evento "retiraram-se a lamentar, batendo nos peitos".

Não sabemos com exatidão a natureza dos sentimentos aqui descritos; tampouco conhecemos sua profundidade ou os frutos que posteriormente produziram. De qualquer modo, uma coisa é evidente: o oficial romano sentiu-se convencido de que havia coordenado uma ação injusta e crucificado um homem inocente; a multidão perplexa foi atormentada em seu coração por um sentimento de ter ajudado, contemplado e instigado um erro grave. Tanto judeus como gentios deixaram o Calvário naquele entardecer com os corações sobrecarregados e inquietos, condenando a si mesmos.

Na verdade, grande é o poder da consciência e imensa é a influência que pode exercer no coração dos homens. A consciência pode infligir terror na mente dos monarcas e fazer com que as multidões tremam e se sintam comovidas diante de poucos ousados amigos da verdade, assim como um rebanho de ovelhas aterrorizadas. Embora, com frequência, esteja cega e enganada, incapaz de converter o homem ou levá-lo a Cristo, a consciência é uma das mais benditas partes da constituição do ser humano e, em uma igreja, a melhor amiga do pregador do evangelho. Não nos causa admiração que Paulo tenha dito: " assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade" (2Co 4.2).

Aquele que deseja ter paz interior precisa parar de lutar contra sua consciência. Pelo contrário, tem de usá-la corretamente, protegê-la com zelo, ouvir o que ela tem para dizer e considerá-la um amigo pessoal. Acima de tudo, deve orar diariamente para que sua consciência seja iluminada pelo Espírito Santo e purificada pelo sangue de Cristo. São bastante significativas as palavras do apóstolo João: "Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus" (1Jo 3.21). Está agindo bem o homem que pode dizer: "Também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens" (At 24.16)


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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