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16/09/2024
Leia João 15.7-11
Existem grandes diferenças entre um crente e outro. Em alguns aspectos, todos eles são iguais. Todos
reconhecem seus pecados, confiam em Cristo, arrependem-se e esforçam-se por santidade. Todos possuem a graça de Deus, a fé e novos corações. No entanto, eles diferem amplamente em suas conquistas. Alguns são mais felizes e possuem mais santidade do que outros, exercendo maior influência sobre o mundo. Quais são os incentivos do Senhor Jesus para que seu povo tenha a santificação como alvo? Essa pergunta tem de ser profundamente interessante para os piedosos. Qual crente não deseja tornar-se um feliz e útil servo de Cristo?
Inicialmente, observamos que esses versículos esclarecem o assunto em três aspectos:
1. Nosso Senhor declarou: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito". Essa é uma nítida promessa de eficácia e sucesso na oração. E qual é o âmago dessa promessa? Temos de "permanecer" em Cristo e as palavras dele, em nós.
Permanecer em Cristo significa manter o hábito de constante comunhão íntima com ele, estar sempre confiando e descansando nele, abrindo-lhe nossos corações, buscando-o como nossa fonte de vida e poder, nosso grande Capitão e melhor Amigo. Ter suas palavras permanecendo em nós significa manter suas mensagens e preceitos constantemente na memória e no coração, permitindo que sejam o guia de nossas atitudes e nos governem a conduta e o comportamento diário.
Crentes desse tipo nunca hão de orar inutilmente. O que pedirem receberão, desde que façam isso de acordo com a vontade de Deus. Nenhum serviço será considerado excessivamente difícil e nenhum problema, insuperável. Pedindo, receberão; buscando, acharão. Já tivemos muitos crentes dessa qualidade, tais como Martinho Lutero, o grande reformador alemão, e o bispo Latimer, o mártir inglês. Assim também o foi John Knox, a respeito de quem a rainha Maria, a Sanguinária, disse que temia mais suas orações do que um exército de vinte mil homens. A Biblia afirma: "Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tg 5.16).
Por que há tão pouco poder nas orações de nossa época? Simplesmente porque falta mais comunhão íntima com o Senhor Jesus e mais rigorosa conformidade com a vontade dele. Os homens não "permanecem" em Cristo; portanto, oram em vão. As palavras do Senhor Jesus não "permanecem" neles como seu padrão de conduta; por conseguinte, suas orações não podem ser atendidas. Pedem e não recebem, porque pedem em vão. Essas verdades devem ser guardadas profundamente em nossos corações. Aquele que deseja respostas às suas orações precisa relembrar com atenção essas orientações de Cristo. Se desejamos que nossas orações sejam bem sucedidas, precisamos manter amizade íntima com o grande Advogado dos céus.
2. Nosso Senhor também disse: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos" (Jo 15.8). Essa promessa parece significar que produzir fruto na vida cristã não somente traz glória para Deus, como também é a melhor evidência, para nós mesmos, de que somos verdadeiros discípulos de Cristo. A certeza de nosso próprio interesse por Cristo e de nossa consequente segurança de vida eterna é o mais sublime privilégio da vida espiritual. Estar sempre com dúvidas e temores corresponde a viver na infelicidade. Não existe coisa pior do que a incerteza em qualquer assunto de importância vital e, acima de tudo, nas questões referentes à nossa alma. Se alguém deseja saber a melhor maneira de obter segurança, deve estudar com diligência essas palavras de Cristo; tem de se esforçar para produzir muito fruto em sua vida, hábitos, sentimentos, palavras e obras. Agindo desse modo, tal pessoa perceberá "o testemunho do Espírito" em seu coração e obterá provas abundantes de ser um ramo da videira verdadeira. Encontrará em sua própria alma evidências de que pertence à família de Deus, demonstrará às pessoas incrédulas evidências exteriores incontestáveis e não alimentará dúvidas de que é um discípulo de Cristo.
Desejamos saber por que muitos crentes não têm consolação em sua vida espiritual e permanecem com dúvidas e temores em sua jornada para o céu? Essas palavras do Senhor Jesus oferecem resposta a essa pergunta. Os crentes se contentam com um cristianismo superficial e não se esforçam para ser santos em todas as suas conversas. Não devem admirar-se de terem pouca esperança e paz, e de manifestarem pequenas evidências. A culpa é deles mesmos. Deus uniu a felicidade à santidade; e o que ele uniu não devemos pensar em separar.
3. O Senhor Jesus declarou: "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor" Jo 15.10). O significado dessas palavras assemelha-se ao das anteriores: a pessoa que tem consciência de estar diligentemente obedecendo aos preceitos de Cristo com frequência gozará o sentimento do amor de Cristo em sua alma. É lógico que não podemos entender de maneira errada as palavras de nosso Senhor, quando falou sobre guardar seus mandamentos. Existe um sentido em que ninguém é capaz de guardá-los. Nossas melhores obras são imperfeitas e deficientes; e, quando tivermos feito o melhor de nós mesmos, certamente poderemos clamar: "Senhor, seja propicio a mim, pecador".
Contudo, não devemos ir ao outro extremo e dar lugar à ociosa ideia de que, afinal de contas, não podemos fazer nada. Pela graça de Deus, poderemos tornar as leis de Cristo nossa regra de conduta e mostrar diariamente que desejamos agradar a ele. Agindo assim, nosso gracioso Senhor nos dará um constante senso de sua graça e nos fará sentir sua face sorrindo para nós como o sol brilhando em um dia bonito. "A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança" (Sl25.14).
Lições assim podem parecer legalistas para alguns e trazer culpa para aqueles que as defendem. Assim é a limitação da natureza humana, que não pode ver nada mais além de um lado da verdade! O servo de Cristo não deve chamar ninguém de seu senhor; deve persistir em seu caminho e nunca se envergonhar de ser diligente, frutífero e vigilante em obedecer aos mandamentos de Cristo. Essas coisas são perfeitamente consistentes com a salvação pela graça e a justificação pela fé, mesmo que outros afirmem o contrário.
Atentemos para a conclusão de nosso assunto. O cristão cauteloso em suas palavras, temperamento e obras geralmente será o cristão mais feliz. "Alegria e paz no crer" jamais virão acompanhadas de uma vida cristã inconsistente. Não foi sem motivo que o Senhor concluiu essa passagem dizendo: "Estas coisas vos tenho dito para que o vosso gozo seia completo"
Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos
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