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Foto do escritorSónia Ramos

Profecia sobre problemas entre as nações; perseguição anunciada de antemão


17/03/2024

Leia Lucas 21.10-19


Essa passagem nos mostra a predição de Cristo concernente às nações do mundo. Ele disse: "Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu".

Sem dúvida, essas palavras tiveram um cumprimento parcial quando Jerusalém foi invadida pelos exércitos dos romanos e os judeus foram levados em cativeiro. Foi uma ocasião de incomparável ruína para a Judeia e as terras circunvizinhas. Os últimos dias da dispensação judaica foram concluídos por meio de conflitos que resultaram em derramamento de sangue, miséria e aflição incomparáveis a quaisquer outras coisas ocorridas desde a criação do mundo.

Mas a profecia de nosso Senhor ainda terá cumprimento mais completo. Ela descreve o tempo que precederá a segunda vinda de Cristo. O "tempo do fim" será uma época de guerra, e não de paz universal. A dispensação cristã findara, assim como a judaica, em meio a guerras, tumultos, desolações e a queda das autoridades deste mundo, de um modo que os olhos dos homens jamais viram.

O pleno entendimento dessas coisas é muito importante para nossa alma. Nada causa tanto desânimo ao coração do crente e abate sua fé quanto as opiniões acerca de expectativas sem fundamento nas Escrituras. Retiremos de nossa mente a vã ideia de que as nações abandonarão por completo as guerras, antes que Jesus volte novamente. Enquanto Satanás for o príncipe deste mundo e os corações dos homens permanecerem não convertidos, haverá conflitos e lutas. Não haverá paz universal antes do segundo advento do Príncipe da Paz. Naquela época, somente naquela época, os homens não "aprenderão mais a guerra" (Is 2.4). Cessemos de esperar que os missionários e ministros do evangelho convertam o mundo e ensinem todos os homens a se amar mutuamente. Eles jamais farão isso; não foram designados para tanto. Eles serão instrumentos para chamar um povo constituído de testemunhas que servirão a Cristo em todos os países, mas farão apenas isso. A maior parte da humanidade sempre se recusará a obedecer ao evangelho. As nações continuarão a lutar, contender e guerrear. Os últimos dias da terra serão seus piores dias. A última guerra será a mais terrível e dolorosa que já assolou o mundo.

O dever de todo crente verdadeiro é claro e simples. Não importa o que os outros fazem, o crente verdadeiro precisa, com toda diligência, confirmar sua chamada e sua eleição. Enquanto as demais pessoas se ocupam de conflitos nacionais e especulações políticas, o crente tem de buscar com determinação, em primeiro lugar, o reino de Deus. Agindo assim, o crente sentirá que seus pés encontram-se sobre uma rocha quando os fundamentos do mundo forem abalados e os reinos do mundo, arruinados. Assim como Noé, o verdadeiro crente estará seguro na arca; estará escondido "no dia da ira do Senhor" (Sf2.3). Em segundo lugar, essa passagem nos mostra a profecia de Cristo concernente a seus próprios discípulos. Ele não profetizou coisas agradáveis, nem lhes prometeu um ininterrupto viver com tranquilidade temporal; ele afirmou que seus discípulos seriam perseguidos, lançados em prisões, compareceriam diante dos governantes, seriam traídos, mortos e odiados por todos os homens por causa do nome de Cristo.

Sem dúvida, as palavras da profecia tinham o objetivo de se aplicar a todas as épocas da História da Igreja. Começaram a se cumprir nos dias dos apóstolos. O livro de Atos dos Apóstolos supre diversas ocorrências em que essas palavras se cumpriram. Durante séculos de história cristã, essa profecia tem-se cumprido inúmeras vezes. Onde existem discípulos de Cristo, ali sempre tem ocorrido algum tipo de perseguição. Essas palavras terão um cumprimento mais completo antes do fim do mundo. A última tribulação provavelmente será caracterizada por violência e amargura especiais. Será uma "grande tribulação" (Ap 7.14). Tenhamos firmemente gravado em nosso coração o princípio de que o verdadeiro crente sempre terá de entrar no reino de Deus "através de muitas tribulações" (At 14.22). Suas melhores coisas ainda estão por vir. Este mundo não é o nosso lar. Se formos determinados e fiéis servos de Cristo, o mundo com certeza nos odiará, assim como odiou nosso Senhor. De alguma maneira, a graça sempre sofrerá perseguição. Embora demonstre bastante coerência em sua conduta, não cometendo muitos erros, e seja bondoso e amável, o crente não poderá eximir-se da aversão do mundo. É tolice ficarmos surpresos com esse fato. É desperdício de tempo murmurar por causa das perseguições. Elas constituem uma parte da cruz que temos de carregar com paciência. Os filhos de Caim odiarão os filhos de Abel enquanto a terra existir. "Não vos maravilheis se o mundo vos odeia", disse o apóstolo João (1Jo 3.13). E nosso Senhor afirmou: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia" (Jo 15.18-19).

Por último, essa passagem nos mostra a graciosa promessa de Cristo aos seus discípulos. Ele disse: "Não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça". Nosso bendito Senhor conhece bem o coração de seus discípulos. Jesus percebeu que a profecia recém-pronunciada poderia desanimá-los. Por isso, fortaleceu-os com uma palavra de encorajamento: "Não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça".

Trata-se de uma promessa ampla, abrangente, que pertence a todos os crentes de todas as épocas. É impossível ser interpretada de maneira literal. Não pode ser aplicada ao físico dos discípulos. Afirmar isso seria contrário aos fatos evidentes: Tiago e outros dos apóstolos sofreram mortes violentas. Uma interpretação figurada tem de ser atribuída a essas palavras. Elas constituem uma grande afirmativa proverbial. Ensinam que, embora os discípulos de Cristo passem por qualquer tipo de sofrimento, suas melhores coisas não serão abaladas. Sua vida está oculta, juntamente com Cristo, em Deus. Seu tesouro nos céus é intocável. Sua alma está além do alcance de qualquer dano. E mesmo seu corpo corruptível será ressuscitado e transformado para ser semelhante ao corpo glorioso de seu Senhor, no último dia.

Se conhecemos o verdadeiro cristianismo, confiemos nas palavras da preciosa promessa de Jesus em cada ocasião de necessidade. Se cremos em Cristo, descansemos no confortável pensamento de que ele empenhou sua palavra, garantindo que nunca pereceremos. Talvez percamos muita coisa por servirmos a ele, mas nunca perderemos nossa alma. O mundo pode retirar de um crente seus bens, amigos, propriedades, família, liberdade, saúde e vida. Isso já aconteceu a inumeráveis seguidores de Cristo desde os dias de Estêvão até agora. A lista do nobre exército de mártires é extensa. No entanto, há uma coisa que o mundo não pode fazer a qualquer crente: remover seu interesse no amor de Cristo. O mundo não pode romper a união existente entre Cristo e a alma do crente. Com certeza, vale a pena ser um crente dedicado! "Estou bem certo", afirmou o apóstolo Paulo, "de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separarnos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8.38, 39).


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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