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Foto do escritorSónia Ramos

Pilatos declara inocente o Senhor Jesus; apesar disso, entrega-o para ser crucificado


30/03/2024

Leia Lucas 23.13-25



Inicialmente, devemos observar nessa passagem que admirável testemunho os juízes de nosso Senhor proferiram acerca de sua perfeita inocência. Pilatos disse aos judeus: "Apresentastes-me este homem como agitador do povo; mas, tendo-o interrogado na vossa presença, nada verifiquei contra ele dos crimes de que o acusais. Tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar. É, pois, claro que nada contra ele se verificou digno de morte". O governador da Judeia e o da Galileia foram unânimes. Ambos concordaram em declarar que nosso Senhor não era culpado das acusações lançadas contra ele. Houve uma conveniência perfeita nessa declaração pública da inocência de Cristo. Temos de lembrar que nosso Senhor estava prestes a ser oferecido como sacrifício por nossos pecados. Era correto e adequado que seus examinadores o pronunciassem formalmente sem ofensa e culpa. Era correto e adequado que o Cordeiro de Deus fosse reconhecido por aqueles que o imolariam como um "cordeiro sem defeito e sem mácula" (1Pe 1.19).

Um leitor indolente pode considerar insignificante esse acontecimento. Mas esse evento deve ser precioso ao coração de todo crente bem instruído. A cada dia, devemos ser gratos porque nosso grande Substituto era perfeito em todos os aspectos e porque nosso Fiador era completamente puro e inculpável. Quem pode descrever seus pecados? Deixamos de fazer coisas que são nosso dever e fazemos aquilo que não devemos, todos os dias de nossa vida. Porém, temos de nos confortar no fato de que Cristo, o Justo, determinou assumir nosso lugar, a fim de pagar o débito que todos nós devemos e cumprir a lei que todos nós transgredimos. Ele cumpriu plenamente a lei; satisfez todas as suas exigências. Ele foi o segundo Adão, que "é limpo de mãos e puro de coração" (SI 24.4), e pôde, por isso, entrar com coragem no santo monte de Deus. O Senhor Jesus é a justiça de todo aquele que crê (Rm 10.4). Em Cristo, todos os crentes são considerados perfeitos cumpridores da lei. Os olhos de um Deus santo os contempla em Cristo, vestidos com a perfeita justiça de Cristo. Por amor a Cristo, Deus pode afirmar a respeito de todo crente: "Não vejo qualquer falta nele".

Em segundo lugar, observamos nessa passagem quão plenamente os judeus assumiram para si mesmos a responsabilidade total pela morte de nosso Senhor. Quando Pilatos estava prestes a soltar Jesus, os judeus "gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o!". E, novamente: "Eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado".

Esse fato da paixão de nosso Senhor merece consideração especial. Mostra-nos a exatidão das palavras dos apóstolos quando, posteriormente, se referiram à morte de Cristo. Mencionaram-na como um ato praticado pela nação judaica, e não pelos romanos. Disse o apóstolo Pedro em Jerusalém: "Matastes o Autor da vida" (At 3.15); "A quem vós matastes, pendurando-o num madeiro" (At 5.30). E Paulo declarou aos tessalonicenses: "Os quais não somente mataram o Senhor Jesus e os profetas" (1Ts 2.15). Enquanto o mundo existir, esse fato permanecerá como memorial do ódio natural do homem contra Deus. Quando o Filho do Homem veio ao mundo e habitou entre seu povo escolhido, eles o desprezaram, rejeitaram e mataram.

A terrível responsabilidade que os judeus assumiram quanto à morte de nosso Senhor não foi esquecida por Deus. O sangue justo que eles derramaram tem clamado contra eles como um povo, por muitos séculos. Espalhados por toda a terra, percorrendo as nações, até hoje os judeus mostram que suas próprias palavras foram assustadoramente cumpridas. O sangue do Messias imolado caiu sobre eles e sobre seus filhos. Para o mundo, os judeus são um aviso permanente de que é horrível rejeitar o Senhor Jesus Cristo e de que a nação que fala intrepidamente contra Deus não deve estranhar se Deus lidar com ela de acordo com suas palavras. Sem dúvida, maravilhoso é saber que existe misericórdia para Israel, apesar de todos os seus pecados e de sua incredulidade. A nação que traspassou e matou nosso Senhor ainda o contemplará pela fé e será restaurada ao favor de Deus (Zc12.10).

Por último, observamos nessa passagem as admiráveis circunstâncias relacionadas à liberdade de Barrabás. Pilatos soltou "aquele que estava encarcerado por causa da sedição e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles". Dois homens estavam diante de Pilatos, e ele precisava soltar um deles. O primeiro era um pecador diante de Deus e dos homens, um malfeitor contaminado por muitos crimes. O outro era o santo, puro e inculpável Filho de Deus, em quem não havia qualquer falha. Apesar disso, Pilatos condenou o prisioneiro inocente e libertou o culpado. Ordenou que Barrabás fosse posto em liberdade e entregou Jesus para ser crucificado.

Essa circunstância é bastante instrutiva. Manifesta a perversa malícia dos judeus contra nosso Senhor. Citando as palavras do apóstolo Pedro, eles negaram "o Santo e o Justo" e pediram que lhes "concedessem um homicida" (At 3.14). Mostra a profunda humilhação à qual nosso Senhor se sujeitou, a fim de consumar nossa redenção. Ele permitiu ser julgado como alguém inferior a um assassino e considerado mais culpado do que o principal dos pecadores! Existe um significado mais profundo nessa circunstância, que não devemos deixar de observar. Há, aqui, uma figura vívida da maravilhosa troca que ocorre entre Cristo e o pecador, quando este é justificado aos olhos de Deus. Cristo foi feito "pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2Co 5.21). Cristo, o inocente, foi pronunciado culpado diante de Deus para que nós, os culpados, fôssemos declarados inocentes e livres da condenação eterna.

Se somos verdadeiros crentes, devemos descansar no confortável pensamento de que Cristo realmente se tornou nosso Substituto e foi castigado em nosso lugar. Confessemos abertamente que, à semelhança de Barrabás, merecemos a morte, o juízo e o inferno. Mas apeguemo-nos com firmeza à gloriosa verdade de que um Salvador imaculado sofreu em nosso lugar e de que, crendo nele, o culpado se torna livre.



Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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