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Foto do escritorSónia Ramos

Pedro é avisado; a espada e o alforje são recomendados


24/03/2024

Leia Lucas 22.31-38


Desses versículos, aprendemos inicialmente que Satanás é um terrível inimigo para os crentes. Nosso Senhor declarou a Pedro: "Simão, Simão,

eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo!". Satanás estava perto do rebanho de Cristo, embora eles não o vissem. Ele desejava muito arruiná-los, embora os discípulos não o soubessem. O lobo não almeja tanto o sangue da ovelha quanto Satanás deseja a destruição das almas.

Os crentes não pensam suficientemente sobre a personalidade, a atividade e o poder do diabo. Foi ele quem, no princípio, trouxe o pecado ao mundo, por meio da tentação de Eva. Satanás é descrito no livro de Jó como aquele que vive a "rodear a terra e passear por ela" (2.2); é aquele que nosso Senhor chamou de "príncipe desse mundo", "assassino" e "mentiroso". Satanás é aquele que Pedro comparou a um "leão que ruge procurando alguém para devorar"; é aquele que o apóstolo João chamou de "o acusador de nossos irmãos" (Ap 12.10). Ele está sempre realizando o mal nas igrejas de Cristo, retirando a boa semente dos corações dos ouvintes, semeando o joio no meio do trigo, suscitando perseguições, sugerindo falsas doutrinas e fomentando divisões. O mundo é uma armadilha para o crente. A carne é um fardo e um obstáculo. Mas não existe um inimigo tão perigoso quanto o diabo, um inimigo incansável, invisível e experiente.

Se cremos na Bíblia, não nos envergonhemos de acreditar na existência do diabo. Uma das terríveis provas da dureza de coração e cegueira espiritual dos não convertidos é que eles brincam e falam levianamente sobre Satanás.

Se professamos seguir o verdadeiro cristianismo, estejamos atentos contra os ardis do diabo. O inimigo que venceu Davi e Pedro e atacou o próprio Senhor Jesus não é um inimigo a ser desprezado. Ele é muito sutil. Desde a Criacão, Satanás tem estudado o coração do homem. Ele pode aproximar-se de nós com a aparência de um "anjo de luz". Precisamos vigiar, orar e vestir toda a armadura de Deus. Bendita é a promessa que assegura: "Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). Ainda mais bendito é o pensamento de que, ao retornar, o Senhor Jesus "esmagará" debaixo de nossos pés Satanás e o prenderá com cadeias (Rm 16.20).

Em segundo lugar, aprendemos, nesses versículos, um dos grandes segredos de perseverança na fé por parte de um crente. Nosso Senhor disse a Pedro: "Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça". Foi por causa da intercessão de Cristo que o apóstolo não desfaleceu por completo.

A existência contínua da graça divina no coração do crente é um grande milagre. Os inimigos do crente são poderosos, e suas forças, pequenas; o mundo se encontra tão repleto de armadilhas, e o coracão do crente é tão fraco, que, à primeira vista, chegar ao céu lhe parece impossível. Essa passagem explica sua segurança. O crente tem um Amigo poderoso, assentado à direita de Deus, um Amigo que vive sempre para interceder pelo crente. Existe um Advogado atento, que está sempre pleiteando em favor do crente, contemplando todas as suas necessidades diárias e obtendo o suprimento cotidiano de graça e misericórdia para sua alma. A graça na vida do crente nunca acaba, porque seu Advogado vive a interceder (Hb7.25).

Se somos verdadeiros crentes, acharemos que opiniões claras a respeito do ofício sacerdotal e da intercessão de Cristo são essenciais ao fortalecimento de nossa vida espiritual. Cristo vive: por isso, nossa fé não desfalecerá. Acautelemo-nos de considerar Jesus apenas aquele que morreu por nós. Nunca esquecamos que ele está vivo para sempre. O apóstolo Paulo nos recorda que ele ressuscitou, está assentado à direita de Deus e também intercede por nós (Rm8.34).

A obra que Cristo realiza em favor de seu povo ainda não está completa. Ele continua comparecendo na presença de Deus em benefício de seu povo, fazendo por suas almas aquilo que fez em benefício de Pedro. Seu ministério presente em favor dos crentes é tão importante quanto sua morte na cruz, há muitos séculos. Cristo vive; por conseguinte, os crentes também viverão.

Em terceiro lugar, aprendemos, nesses versículos, a obrigação de todos os crentes que recebem misericórdias especiais da parte de Cristo. Nosso Senhor disse a Pedro: "Quando te converteres, fortalece os teus irmãos".

Um dos atributos especiais de Deus é sua capacidade de fazer com que o bem resulte do mal. Ele pode fazer com que a imperfeição e a fraqueza de alguns membros de sua igreja cooperem para o bem de todo o seu povo. Ele pode utilizar o tropeço de um crente como instrumento para capacitá-lo a ser consolado e amparo para os outros. Já caímos em alguns pecados, mas, pela misericórdia de Cristo, fomos levantados, a fim de continuar andando em novidade de vida? Então, com certeza, somos as pessoas que devem tratar com gentileza nossos irmãos. Devemos contar-lhes, a partir de nossa própria experiência, quão terrível e doloroso é o pecado; adverti-los contra a atitude de brincar com a tentação; alertá-los contra o orgulho, a presunção e a negligência na oração; e falar-lhes sobre a graça e a misericórdia de Cristo, se tiveram caído em pecado. Acima de tudo, devemos abordá-los com humildade e mansidão, lembrando pelo que nós mesmos passamos.

Seria bom para a Igreia de Cristo se os crentes demonstrassem mais prontidão em realizar boas obras desse tipo. Existem muitos crentes que, em conversação pessoal, nada adicionam à vida espiritual de seus irmãos. Parecem não ter um Salvador a respeito do qual possam testemunhar e nenhuma história da graça divina para relatar. Desanimam os corações daqueles com os quais convivem, em vez de fortalecê-los. Essas coisas não devem ser assim. As palavras do apóstolo Paulo devem gravar-se profundamente em nosso coração: "Tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos [...! Também nós cremos: por isso, também falamos" (2Co 4.1, 13).

Por último, aprendemos que o servo de Cristo deve utilizar todos os meios razoáveis para fazer a obra de seu Senhor. Ele disse aos seus discípulos: "Ouem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma".

É mais seguro entender as palavras de Jesus no sentido proverbial. Elas se aplicam a todo o período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Até que nosso Senhor retorne, os crentes precisam utilizar com diligência todas as faculdades que Deus lhes outorgou. Eles não devem esperar que milagres aconteçam a fim de se livrar de problemas. Não precisam esperar que tenham alimentos, se não querem trabalhar para obtê-los. Não podem esperar que os inimigos sejam vencidos e as dificuldades, superadas, se não lutam, batalham e se esforçam. Precisam lembrar que "a mão dos diligentes vem a enriquecer-se" (Pv 10.4) Faremos bem se guardarmos no coração essas palavras de nosso Senhor e, habitualmente, agirmos de acordo com o princípio que elas contêm. Devemos trabalhar, agir, dar, falar e escrever por Cristo, como se tudo dependesse de nossas ações. Mas não esqueçamos que o sucesso depende totalmente da bênção de Deus! Esperar que o sucesso resulte de nossa "bolsa" ou 'espada" é orgulho e justica própria. Entretanto, esperar que sejamos bem-sucedidos sem a "bolsa" e a "espada" é presunção e fanatismo. Facamos como Jacó quando saiu ao encontro de Esaú, seu irmão. Jacó usou todos os meios inocentes para se reconciliar com Esaú e apaziguá-lo. Mas, tendo feito tudo, passou a noite em oração (Gn 32.1-24).


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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