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18/05/2024
Leia João 4.43-54
Quatro lições se destacam grandemente nessa passagem. Devemos fixá-las em nossa memória e usá-las continuamente em nossa caminhada pela vida.
Inicialmente, aprendemos que os ricos têm aflições, assim como os pobres. Acabamos de ler sobre um homem nobre que se encontrava em grande ansiedade porque o filho estava doente. Podemos ter certeza de que foi usado todo o dinheiro necessário para a recuperação daquele jovem, mas o dinheiro não tem todo o poder. A enfermidade aumentou, e o filho daquele homem rico chegou à beira da morte.
Não há erro mais comum ou enganoso do que supor que os ricos não têm preocupações. Eles estão sujeitos a enfermidades tanto quanto os pobres; além disso, experimentam centenas de outras preocupações, das quais os pobres não têm conhecimento. Em geral, roupas finas cobrem pessoas de corações sofridos. Os que habitam em palácios muitas vezes dormem menos tranquilos do que aqueles que habitam em casebres. Ouro e prata não livram o homem de problemas. Podem afastá-lo de dívidas e da pobreza, mas não conseguem livrá-lo de preocupações, enfermidade e morte. Quanto mais alta é a árvore, mais agitada será pela tempestade. Quanto maiores forem os galhos, maior será a área exposta aos ventos. Davi era mais feliz quando guardava o rebanho de ovelhas de seu pai, em Jerusalém, do que quando habitava um palácio, na posição de rei, e governava as doze tribos de Israel.
O servo de Cristo deve ter cautela quanto ao desejo de possuir riquezas. Nelas, há preocupações certas e confortos incertos. O crente precisa orar pelos ricos, e não invejá-los. Quão dificilmente entrará o rico no reino de Deus! E, acima de tudo, o servo do Senhor precisa aprender a estar contente com o que possui. Somente aquele que possui um tesouro no céu é verdadeiramente rico.
Aprendemos, em segundo lugar, que a enfermidade e a morte atingem tanto o jovem como o idoso. Lemos a respeito de um filho enfermo, à beira da morte, e de um pai preocupado com ele. Vemos, aqui, a ordem natural das coisas sendo invertida. O idoso está ministrando ao jovem, e não o jovem ao idoso. O filho está à caminho da sepultura antes do pai, e não o pai antes do filho.
Aqui está uma lição a respeito da qual somos todos vagarosos em aprender. Somos hábeis em fechar os olhos para a clareza dos fatos, falamos e agimos como se fosse natural que os jovens jamais morressem enquanto são jovens. Entretanto, os epitáfios nas sepulturas nos mostram que entre uma centena de pessoas não são muitos os que passam dos cinquenta anos; e alguns nem mesmo chegam à idade adulta. A primeira sepultura cavada neste mundo foi para um jovem. O primeiro a morrer não foi um pai, mas, sim, um filho. Arão perdeu dois filhos de uma só vez. Davi, o homem segundo o coração de Deus, viveu o suficiente para ver três de seus filhos serem sepultados. Ió ficou destituído de todos os seus filhos em um só dia. Essas coisas foram cuidadosamente registradas, a fim de que aprendêssemos com elas
Aquele que é sábio não confia que viverá uma vida longa. Não podemos prever o que nos reserva o dia de amanhã. Vemos, com frequência, que os mais fortes e vigorosos são cortados e desaparecem em pouco tempo, enquanto os mais velhos e fracos duram muitos anos. A única sabedoria verdadeira consiste em estar sempre preparado para se encontrar com Deus, não colocando de lado as coisas concernentes à eternidade e vivendo de modo a estar pronto, a qualquer momento, para partir desta vida. Se assim vivemos, não há muita importância em morrermos jovens ou velhos. Unidos ao Senhor Jesus Cristo, estaremos seguros em qualquer circunstância.
Em terceiro lugar, aprendemos que as aflições podem trazer benefício à alma. A ansiedade pela doença do filho conduziu aquele homem a Cristo, em busca de ajuda em tempos de necessidade. Uma vez que foi levado à presença de Cristo, pôde aprender uma lição de valor incalculável. O resultado é que "creu ele e toda a sua casa". É bom lembrar que tudo isso aconteceu por causa da enfermidade. Se o filho não houvesse adoecido, talvez aquele homem nobre continuasse a viver em seus pecados, vindo a morrer neles.
A aflição é um instrumento usado por Deus. Por meio dela, ele, em geral, ensina coisas que não poderiam ser ensinadas de outra forma; afasta do pecado e do mundo almas que, se não fosse por causa da enfermidade, pereceriam eternamente. A saúde é uma grande bênção, mas a enfermidade que leva a buscar a santificação é uma bênção ainda maior. Naturalmente, o que todos desejam neste mundo é a prosperidade e o conforto; mas as perdas e os infortúnios da vida serão mais valiosos para nós se nos conduzirem a Cristo. No dia final, milhares de pessoas testificarão, juntamente com Davi e esse oficial do rei: "Foi-me bom ter eu passado pela aflição" (Sl119.71).
Precisamos ter cuidado em não murmurar quando passamos por tempos de aflição. Devemos conservar em nossas mentes o fato de que, em cada tristeza que nos sobrevém, há um significado, uma razão e um recado de Deus para nós. Não há lições mais úteis do que as aprendidas na escola da aflição. Não há comentário bíblico que torne a Bíblia mais clara para nós do que a enfermidade e a tristeza. "Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça" (Hb 12.11). A manhã da ressurreição mostrará que muitas das perdas sofridas pelo povo de Deus foram, na verdade, ganhos eternos. Por último, aprendemos nessa passagem que a palavra falada por Cristo exerce o mesmo poder que sua presenca. Jesus não desceu a Cafarnaum para ver o jovem enfermo; apenas pronunciou estas palavras: "Teu filho vive". Um grande poder acompanhou essa curta sentença. Na mesma hora, o paciente começou a melhorar. Jesus tão somente falou, e a cura foi realizada. Ele apenas ordenou, e a enfermidade mortal se retirou. Esse acontecimento nos traz um conforto singular. Faz com que tributemos enorme valor a cada uma das promessas de misericórdia, graca e paz que procedem dos lábios de Cristo. Tem seus pés firmados sobre a rocha todo aquele que, por meio da fé, apropria-se de alguma palavra proferida por Cristo. Ele fará aquilo que disse e completará a obra que iniciou. O pecador que descansa sua alma nas palavras de Jesus está seguro por toda a eternidade. E não estaria mais seguro se visse o livro da vida e seu nome ali escrito. Se Cristo disse: "O que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora" e, se nosso coração pode testificar: "Senhor, eu vim a ti!", não precisamos duvidar de que estamos salvos. Em relação às coisas deste mundo, dizemos que, para crer, é preciso ver; mas, no que concerne ao evangelho, crer equivale a ver. Uma simples palavra proferida por Cristo tem o mesmo valor que contemplar uma obra lá realizada. Estará vivo, para sempre, e jamais morrerá aquele a respeito de quem Jesus diz no evangelho: ele vive.
Lembremo-nos de que são comuns aflições como a desse oficial. Provavelmente, algum dia, passaremos por isso. Sabemos o que significa suportar a aflição? Sabemos para onde nos voltarmos, em busca de socorro e consolo, quando nossa vez chegar? Devemos encher nossas mentes com as palavras de Cristo. Elas não são apenas palavras de um homem; são as palavras de Deus. As palavras que ele fala "são espírito e são vida" (Jo 6.63).
Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos
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