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Foto do escritorSónia Ramos

Obras que o crente pode realizar; coisas obtidas por meio da oração; a promessa do Consolador

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30/08/2024

Leia João 14.12-17


Essa passagem exemplifica a terna consideração de nosso Senhor em relação a fraqueza de seus discípulos. Jesus percebeu a perturbação e o desânimo de seus corações, diante da perspectiva de ficarem sozinhos no mundo, e os fortaleceu com três promessas especialmente adequadas às circunstâncias deles. "A palavra, a seu tempo, quão boa é!" (Pv 15.23).

Em primeiro lugar, nesses versículos encontramos uma admirável promessa sobre as obras que os crentes podem realizar. Nosso Senhor disse: "Aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai". O pleno significado dessas palavras não se encontra nos milagres que os apóstolos fizeram, após a ascensão de Cristo. Essa ideia dificilmente pode ser comprovada pelos fatos. Não temos qualquer informação referente a um apóstolo andando sobre as águas ou ressuscitando uma pessoa que estava morta havia quatro dias, assim como Lázaro. Com essas palavras, nosso Senhor parecia estar se referindo ao maior número de convertidos e à maior propagação do evangelho que aconteceria por meio do ministério dos apóstolos. E o livro de Atos dos Apóstolos nos mostra que isso de fato ocorreu. Não lemos nos evangelhos a respeito de qualquer sermão pregado por Jesus que resultasse na conversão de três mil pessoas em apenas um dia, tal como aconteceu no dia de Pentecostes. Em poucas palavras, a expressão "maiores obras" significa mais conversões. Não existe obra maior do que a conversão de um pecador.

Admiremos a condescendência de nosso Senhor ao permitir que o ministério de seus frágeis servos fosse mais frutífero do que o dele mesmo. Devemos reconhecer que a presença física de Jesus não é absolutamente necessária ao progresso de seu reino. Mesmo estando assentado à direita do Pai, ele pode fazer sua obra expandir-se na terra através da atividade do Espírito Santo, de maneira semelhante à que fez quando esteve entre os homens neste mundo. Não existe coisa demasiadamente difícil ou árdua para os crentes realizarem enquanto o Senhor intercede por eles diante de Deus. Trabalhemos com fé, na expectativa de grandes coisas, embora, à semelhança dos discípulos, sejamos fracos e estejamos sem a presença física do Senhor Jesus. Ele está agindo em e por nós, ainda que não percebamos isso. A vitória de Josué sobre Amaleque foi conquistada pela espada, mas também pela intercessão de Moisés (Êx17.11).

Em segundo lugar, nesses versículos encontramos uma notável promessa a respeito de coisas que podemos esperar em resposta às nossas orações. Nosso Senhor disse: "Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei". Essas palavras constituem um encorajamento ao simples mas importante dever de orarmos. Todos os que diariamente buscam a presença de Deus e, de coração, apresentam-lhe suas petições podem confortar-se nessas palavras. Ainda que sejam imperfeitas e fracas, se pertencemos a Cristo e as apresentamos em nome dele, elas serão eficazes. Temos um Amigo na corte celestial, um Advogado junto ao Pai, e, se o honramos entregando ao Pai em nome de Cristo todas as nossas súplicas, temos sua promessa de que serão atendidas. Mas precisamos estar seguros de que as coisas que lhe pedimos têm em vista o bem de nossas almas, e não os benefícios temporários.

"Alguma coisa" não envolve riquezas, possessões ou prosperidade material. Essas coisas nem sempre trazem benefícios para nossas almas; e o Senhor Jesus, que nos ama intensamente, não permite que as tenhamos. Porém, tudo que for bom para nossa alma, estejamos certos de que o teremos, se pedirmos em nome dele. Como explicamos o fato de que muitos crentes possuem tão poucas bênçãos espirituais? Por que eles passam sua peregrinação cristã manquejando e lamentando enquanto desfrutam de pequena paz e demonstram pouco vigor no serviço cristão? A resposta é simples e clara: "Eles nada têm porque não pedem". Desfrutam poucas bênçãos porque pedem pouco. Não têm melhores virtudes porque não pedem que o Senhor os transforme cada vez mais. Nossos frágeis desejos são a causa de nosso desempenho mórbido na vida cristã. Não confiamos exclusivamente no Senhor, mas tão somente em nós mesmos. Felizes são aqueles que jamais esquecem esta promessa: "Abre bem a tua boca, e a encherei" (S1 81.10). Os que fazem muito em favor de Cristo neste mundo sempre demonstram ser pessoas que oram bastante.

Por último, nesses versículos encontramos a promessa sobre o Espírito Santo. Nosso Senhor disse: "Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador (...) o Espírito da verdade". Essa é a primeira vez que o Senhor Jesus menciona o Espírito Santo como uma dádiva especial de Cristo ao seu povo. De fato, não precisamos supor que o Espírito Santo não habitava os santos do Antigo Testamento. No entanto, ele foi dado com singular influência e poder aos crentes na dispensação do Novo Testamento; essa é a promessa especial que temos nesses versículos. Descobrimos o proveito dessa verdade ao considerar em detalhes aquilo que o Senhor Jesus afirmou sobre o Espírito Santo.

Ele se referiu ao Espírito Santo como uma pessoa. Aplicar a uma mera influência ou um sentimento interior a linguagem utilizada por Jesus é uma maneira ilógica de entender suas palavras.

Ele o chamou "Espírito da verdade". Este é seu ofício particular: aplicar a verdade ao coração dos crentes, a fim de guiá-los em toda a verdade e santificá-los por intermédio da verdade. Jesus disse que o Espírito Santo é alguém que "o mundo não pode receber (...) nem o conhece". As atividades dele, no sentido mais amplo, são loucura para os homens incrédulos. O arrependimento, a fé, o temor, a esperança e o amor, os quais o Espírito Santo produz, são os aspectos da vida espiritual que o mundo não pode entender.

Jesus afirmou que o Espírito Santo habitaria para sempre nos crentes e seria conhecido por eles. Os verdadeiros crentes conhecem os sentimentos que o Espírito Santo motiva em seus corações e os frutos que ele produz, embora não sejam capazes de explicar como ele faz isso ou não percebam quando surgem pela primeira vez. Mas todos eles, se comparados às pessoas incrédulas, são novas criaturas, luzes e sal da terra, por serem habitados pelo Espírito Santo.

Jesus mostrou que o Espírito Santo é outorgado à "igreja dos eleitos", a fim de permanecer nos crentes até que ele venha novamente a este mundo. O Espírito Santo foi dado à Igreia para suprir cada necessidade dos crentes e enchê-los com tudo de que carecem, enquanto Cristo não está visivelmente presente entre eles. O Espírito Santo foi enviado para habitar nos crentes até que Cristo volte.

Essas verdades são importantíssimas. Cuidemos em assimilá-las com firmeza e não as abandonemos. Juntamente com toda a verdade referente à pessoa de Cristo, para que desfrutemos paz e segurança, é necessário conhecer toda a verdade referente à pessoa do Espírito Santo. Devemos rejeitar como erro quaisquer doutrinas a respeito da igreJa, das ordenanças e do ministério cristão que obscureçam a obra do Espírito Santo em nosso íntimo ou que a transformem em algo superficial. Jamais descansemos enquanto não estivermos certos de que o Espírito Santo habita em nós. "E, se alguém não tem o Espirito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8.9).


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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