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Foto do escritorSónia Ramos

O supremo poder de Cristo; o ofício dos ministros do Evangelho; a suficiência do Evangelho para a humanidade

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24/05/2024

Leia João 6.1-14



Esses versiculos descrevem um dos mais notáveis milagres de nosso Senhor. De todas as suas

grandes obras, nenhuma foi realizada de maneira tão pública quanto essa, diante de muitíssimas

testemunhas. De todos os milagres relatados nos evangelhos, esse é o único registrado pelos quatro evangelistas. Esse fato, por si mesmo (assim como a repetição, por quatro vezes, do relato da crucificação e da ressurreição), é suficiente para mostrar que esse milagre requer atenção especial.

Inicialmente, aprendemos uma lição sobre o supremo poder de Cristo. Vemos o Senhor alimentando cinco mil homens com apenas "cinco pães de cevada e dois peixinhos". Os "doze cestos de pedaços" que sobraram, após todos comerem, comprovam que um evento miraculoso se realizou. Um poder criativo foi manifestamente exercido, e o alimento que antes não existia foi chamado à existência. Na cura de enfermos e na ressurreição de mortos, algo já existente era curado ou restaurado. Mas, para alimentar cinco mil homens com cinco pães, algo que antes não existia teve de ser criado.

Uma história como essa deve trazer ensino e encorajamento a todos os que se empenham em fazer o bem às almas. Ela nos mostra que o Senhor Jesus pode "salvar totalmente", visto que tem todo o poder sobre os corações mortos. E pode não somente restaurar o que está quebrado, edificar o que está em ruínas, curar o que está enfermo, fortalecer o que está fraco, mas também realizar obras mais elevadas do que essas. Ele tem a capacidade de chamar, do nada, à existência coisas que antes não existiam. Não devemos nos desesperar pela salvação de qualquer pessoa. Enquanto há vida, há esperança. A lógica e a percepção podem nos dizer que determinado pecador é muito insensível ou muito idoso para ser convertido. Mas a fé dirá: "Nosso Mestre tanto pode criar como renovar; nada é impossível para um Salvador que, com seu Espírito, pode criar um novo coração".

Em segundo lugar, nesse milagre, aprendemos a respeito do ofício dos ministros do Evangelho. Vemos os apóstolos receberem o pão das mãos do Senhor, após tê-lo abençoado, e o distribuírem à multidão. Não foram as mãos deles que o fizeram aumentar e multiplicar, mas, sim, as do Mestre. Foi o supremo poder de Cristo que providenciou um suprimento infalível. A tarefa dos apóstolos consistiu em receber com humildade e distribuir com fidelidade.

Nesse evento, há uma figura vívida sobre o trabalho que deve ser realizado pelo verdadeiro ministro do Novo Testamento. Ele não é um mediador entre Deus e os homens. Não tem qualquer poder de remover pecados ou de conceder a graça divina. O que lhe cabe é receber o pão da vida, providenciado pelo Mestre, e distribuí-lo às almas entre as quais ele trabalha. Não está ao seu alcance fazer com que os homens valorizem ou recebam o pão ou que este conceda salvação e vida a quem quer que seja. Esse não é o trabalho do ministro do evangelho. Ele não é responsável por essa tarefa. Toda a sua tarefa consiste em distribuir com fidelidade o alimento providenciado por seu divino Mestre; e, ao fazer isso, seu ofício está cumprido.

Por último, aprendemos nesse milagre uma lição sobre a suficiência do evangelho em suprir as necessidades de toda a humanidade. Vemos o Senhor Jesus suprindo alimento para uma multidão de cinco mil homens. À primeira vista, a provisão tinha a aparência de ser extremamente inadequada à ocasião. Parecia impossível satisfazer, naquele deserto, tantas bocas suplicantes com um alimento tão escasso. Mas os acontecimentos demonstraram que havia o suficiente, a ponto de sobrar. Nenhuma pessoa reclamou por ter ficado insatisfeita.

Não pode haver dúvida de que esse acontecimento visava ensinar-nos a suficiência do evangelho em suprir as necessidades de todos os homens. Ainda que pareça insignificante e tola aos olhos dos homens, a simples mensagem da cruz é suficiente para todos os filhos de Adão espalhados pela face da terra. A mensagem sobre a morte de Cristo pelos pecadores e sobre a expiação consumada por essa morte é capaz de satisfazer os corações e as consciências dos homens de todas as nações, raças e línguas. Ao ser transmitida por mensageiros fiéis, ela alimenta e supre as necessidades de pessoas de toda classe e posição. "A palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" (1Co 1.18). Cinco pães de cevada e dois pequenos peixes pareciam uma provisão escassa para uma multidão faminta; porém, abençoada por Cristo e distribuída por seus discípulos, foi mais do que suficiente.

Jamais duvidemos de que a pregação de Cristo crucificado - a antiga história de seu sangue, sua justiça e substituição é suficiente para as necessidades espirituais de toda a humanidade. Essa pregação não está desgastada; não se tornou obsoleta nem perdeu seu poder. Não queremos nada mais novo, mais abrangente e generoso, mais intelectual e eficaz. Não desejamos qualquer outra coisa, exceto o verdadeiro pão da vida, que Cristo nos dá para distribuirmos fielmente às almas famintas. Os homens podem escarnecer e ridicularizar, como quiserem; no entanto, além da pregação da cruz, nada pode realizar o bem neste mundo pecaminoso. Nenhum outro ensinamento é capaz de satisfazer as consciências e dar-lhes paz. Estamos todos em um deserto. Precisamos alimentar-nos de Cristo crucificado e da expiação feita por sua morte ou, então, morreremos em nossos pecados.



Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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