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Foto do escritorSónia Ramos

O que os crentes devem esperar do mundo; motivos para manifestarmos paciência

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18/09/2024

Leia João 15.17-21


Essa passagem começa com uma reiterada ordem referente ao amor fraternal. Pela terceira vez, o

Senhor considerou necessário chamar a atenção dos discípulos para essa preciosa virtude. O verdadeiro amor cristão deve ser algo raro, visto que novamente o Senhor o mencionou. Devemos observar com cuidado a conexão em que ele se encontra nessa ocasião. O amor cristão é contrastado com o ódio do mundo. Em primeiro lugar, essa passagem nos mostra o que os verdadeiros crentes devem esperar deste mundo: ódio e perseguição. Se os discípulos aguardavam bondade e gratidão da parte dos homens, ficariam profundamente decepcionados. Deveriam imaginar que seriam maltratados, assim como seu Senhor. "O mundo vos odeia. Não fiqueis desanimados ou surpresos. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa."

Os acontecimentos tristes e dolorosos de todas as épocas da história da Igreja, fornecem abundantes provas da veracidade dessa advertência de nosso Senhor. Perseguição foi a parte que coube aos apóstolos e a todos seus companheiros de ministério, a onde quer que foram. Talvez apenas um ou dois, dentre eles, morreram tranquilamente em suas casas. Perseguição também foi o quinhão dos verdadeiros crentes durante os séculos de história cristã. As atrocidades dos imperadores romanos, dos papas, da Inquisição, dos martírios fomentados durante o reinado de Maria, a Sanguinária - tudo isso demonstra o mesmo fato. Até hoje, a perseguição é a parte que cabe a todo o verdadeiro povo de Deus. Ridículo, zombaria, desprezo e má compreensão ainda revelam o sentimento dos incrédulos contra o verdadeiro crente. O que ocorreu nos dias do apóstolo Paulo também ocorre agora. Em público ou em particular, na escola ou na universidade, em casa ou na rua, "todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (2Tm 3.12). O simples fato de pertencer à membresia de uma igreia e de fazer a confissão verbal de ser crente constitui um cristianismo sem valor e nada custa ao homem. O verdadeiro cristianismo sempre traz consigo uma cruz.

Conhecer e entender essas verdades é algo extremamente importante para nossa consolação. Nada é tão prejudicial quanto o hábito de nutrir falsas esperanças. Devemos reconhecer que a natureza humana é sempre a mesma e que "o pendor da carne é inimizade contra Deus" e contra a imagem dele em seu povo. Sempre tenhamos em mente que a santidade no caráter e na conduta jamais impedirá que sejamos perseguidos, assim como ocorreu com nosso imaculado Senhor. Recordemos esses fatos: consequentemente não seremos desapontados.

Em segundo lugar, essa passagem nos mostra duas razões para manifestarmos paciência ao enfrentar as perseguições deste mundo. Ambas são importantes e motivo de intensa meditação.

Por um lado, a perseguição foi o cálice que o próprio Senhor bebeu. Ele era imaculado em todos os aspectosem seu caráter, em suas palavras e em seus atos; era incansável em obras de bondade, fazendo sempre o bem; no entanto, nenhuma outra pessoa foi tão odiada quanto Jesus nos últimos dias de seu ministério terreno. Escribas, sumos sacerdotes, fariseus, saduceus, judeus e gentios uniram-se a fim de lançar sobre Jesus seu desprezo e se opor a ele, não descansando até levá-lo à morte.

Com certeza, esse simples fato deve revigorar nossos espíritos e guardar-nos do desânimo por causa do ódio dos homens. Devemos lembrar que estamos apenas seguindo os passos de nosso Senhor e bebendo seu cálice. Mereceremos ser tratados de maneira melhor? Somos melhores do que ele? Lutemos contra esse tipo de pensamento. Bebamos com paciência o cálice que nosso Deus nos outorgou. Acima de tudo, sempre recordemos: "Não é o servo maior do que seu senhor"

Por outro lado, a perseguição serve para comprovar que somos filhos de Deus e temos um tesouro no céu. Ela evidencia que realmente somos nascidos de novo, temos a graça de Deus em nossos corações e somos herdeiros da glória eterna: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia". Em resumo, a perseguição assemelha-se à marca de genuinidade estampada sobre um barra de ouro: é um dos sinais de que somos pessoas convertidas.

Fortaleçamos nossas mentes com esse revigorante pensamento, quando nos sentimos desanimados e estamos dispostos a desistir por causa do ódio das pessoas incrédulas. Sem dúvida, a perseguição é algo difícil de suportar, especialmente quando estamos cônscios de nossa inocência. Porém, jamais esqueçamos que a perseguição contribui para o nosso bem; é uma indicação da obra que o Espírito Santo começou em nosso coração, uma obra que nunca poderá ser frustrada. Na perseguição, podemos recordar aquela preciosa promessa: "Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós" (Mt 5.12).

Terminemos esse importante assunto com um sentimento de profunda compaixão por aqueles que nos perseguem por causa do cristianismo. Conforme nosso Senhor mesmo afirmou, com frequência os perseguidores fazem isso por falta de melhor conhecimento: "Não conhecem aquele que me enviou'. Assim como nosso divino Senhor e como Estêvão, seu servo, oremos por aqueles que, com injúria, nos afrontam e perseguem. A perseguição proveniente deles raramente nos causa danos e com frequência nos aproxima do Senhor, nos leva a buscar mais as Escrituras e o trono da graça. Nossa intercessão, se for ouvida nos céus, trará bênçãos sobre as almas dos perseguidores.


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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