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Foto do escritorSónia Ramos

O motivo de muitos estarem perdidos; uma das principais causas da incredulidade; o testemunho de Cristo sobre Moisés

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23/05/2024

Leia João 5.40-47



Essa passagem conclui a maravilhosa defesa do Senhor Jesus Cristo concernente à sua missão divina. É uma conclusão rica em ensinamentos verdadeiros e profundos, repleta de apelos à consciência de seus inimigos, para que perscrutassem seus corações. Vemos aqui um poderoso sermão seguido por uma enérgica aplicação.

Inicialmente, devemos observar, nesses versículos, a razão pela qual muitos estão perdidos. O Senhor Jesus disse aos judeus que não criam nele: "Não quereis vir a mim para terdes vida".

Essas são palavras valiosas, que devem ficar gravadas em nossas mentes e entesouradas em nossos corações. No último dia, ficará evidente que a falta de desejo para vir a Cristo, a fim de obter a salvação, é o motivo pelo qual muitos serão deixados fora do céu. O motivo não será o pecado dos homens. Todo e qualquer pecado pode ser perdoado. A condenação não ocorre por qualquer decreto da parte de Deus. Em nenhum lugar das Escrituras aprendemos que alguém foi criado por Deus somente para ser destruído. O motivo não será por haver qualquer limite na obra redentora realizada por Cristo. Ele pagou o preco suficiente para a salvação de toda a humanidade. A causa da perdicão reside na indisposicão natural para vir a Cristo, arrepender-se e crer. Quer por negligência, quer por orgulho, quer por amor ao pecado ou amor ao mundo, é grande o número dos que não têm desejo, disposição ou interesse em buscar vida em Cristo. "Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho" (1Jo 5.11). Mas os homens resistem e não fazem qualquer esforço para adquirir a vida. Esse é o motivo de muitos perdidos não serem salvos.

Essa é uma triste e solene verdade, a qual não podemos entender completamente; contém um princípio fundamental da teologia cristã. Em todas as épocas, há milhares que labutam com insistência para retirar de si mesmos a culpa de viver na condição em que se encontram. Tais pessoas falam sobre sua incapacidade de mudar. Afirmam, de forma complacente, que não podem evitar ser o que são! Sabem que estão erradas, mas não conseguem ser diferentes. É fraca essa argumentacão; não resiste diante da Palavra de Cristo que acabamos de ler. Os não convertidos são o que são porque não desejam ser melhores. "A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz" (Jo 3.19). As palavras do Senhor Jesus silenciarão muitos: "Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!" (Mt 23.37).

Em segundo lugar, podemos observar nesses versículos a principal causa da incredulidade. O Senhor Jesus disse aos judeus: "Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único?". Com isso, ele pretendia afirmar que não estavam sendo sinceros em sua vida religiosa. Embora, aparentemente, desejassem ouvir e aprender, preocupavam-se, na verdade, mais em agradar os homens do que a Deus. E, com essa disposicão em suas mentes, nunca chegariam a crer.

Nessas palavras de Cristo, encontramos um profundo ensinamento, que merece especial atencão. A fé verdadeira não depende simplesmente da condição de raciocínio e entendimento do homem, mas, sim, do estado de seu coração. Seu intelecto pode ser convencido, e sua consciência, afligida; mas, havendo qualquer coisa secretamente mais amada do que Deus, não existirá a fé verdadeira. O próprio homem pode ficar perplexo e questionar por que não crê. Porém, não percebe que é como uma criança assentada sobre a tampa de uma caixa, desejando abri-la, mas não considerando que seu próprio peso a mantém fechada. O que ele deve fazer é certificar-se de que, verdadeira e sinceramente, deseja, em primeiro lugar, a glória de Deus. A falta de sinceridade no coração faz com que muitos se apeguem à sua religião durante toda a vida e terminem morrendo sem paz. Os que se queixam de que ouvem, aprovam e aceitam a verdade, mas não conseguem apegar-se a Cristo, deveriam fazer a si mesmos esta simples pergunta: "Estou sendo honesto e sincero? De fato, quero glorificar a Deus em primeiro lugar?".

Por último, observamos, nesses versículos, a maneira como o Senhor Jesus falou sobre Moisés. Assim, ele se dirigiu aos judeus: "Se (...) crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito". Essas palavras exigem atenção especial em nossos dias. Ao dizer: "Ele escreveu a meu respeito", nosso Senhor testemunhou, de forma clara, que realmente existiu um personagem chamado Moisés, que, na verdade, era o autor dos escritos comumente atribuídos a ele. Poderíamos imaginar que o Senhor estava apenas se identificando com os pontos de vista e as tradições de seus ouvintes? Ou se referia a Moisés como um escritor, embora, em seu íntimo, soubesse que ele nunca o fora? Tais pensamentos são profanos e tornariam nosso Senhor uma pessoa desonesta. Seria possível imaginar, por um momento sequer, que nosso Senhor era ignorante a respeito de Moisés e não estava ciente das grandes descobertas que seriam feitas, na época moderna, pelos falsamente chamados homens eruditos? Tal ideia é uma ridícula blasfêmia. Imaginar que o Senhor Jesus tenha falado com ignorância, nesse capítulo, significa destruir os fundamentos do cristianismo. Existe apenas uma conclusão sobre esse assunto: Moisés realmente existiu; os escritos atribuídos a ele foram realmente sua obra, e os acontecimentos relatados são dignos de plena confiança. O testemunho dado por nosso Senhor é um argumento irrefutável. Erram grandemente os que escrevem de modo cético contra Moisés e o Pentateuco.

Tenhamos cuidado em não utilizar o Antigo Testamento de forma irreverente, permitindo que nossas mentes duvidem da veracidade de qualquer parte dele, por causa de supostas dificuldades. Qualquer dúvida de nossa parte deveria ser silenciada pelo simples fato de que os escritores do Novo Testamento fazem contínua referência ao Antigo Testamento e citam, como incontestavelmente verdadeiros, os miraculosos eventos nele registrados. Haveria possibilidade de sermos nós, do século atual, mais bem informados sobre Moisés do que Jesus e seus apóstolos? Deus nos livre de pensarmos assim! Antes, permaneçamos firmes, não duvidando de que cada palavra do Antigo Testamento, assim como do Novo, foi dada por inspiração divina.



Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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