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O modo maravilhoso de Cristo lidar com os pecadores; graça: um poder cativante; os verdadeiros convertidos têm zelo em praticar o bem

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16/05/2024

Leia João 4.27-30


Esses versículos dão continuidade à conhecida história sobre a conversão da mulher samaritana.

Embora a passagem seja breve, contém pontos de profundo significado e interesse. O homem mundano, que não se importa em absoluto com sua vida espiritual, nada vê de especial nesses versículos. Mas todos que desejam experimentar a conversão pessoal encontram farto material para alimentar seus corações.

Inicialmente, observamos quanto é maravilhoso aos nossos olhos o modo de Cristo lidar com as almas dos homens. Somos informados de que os discípulos de Cristo "se admiraram de que estivesse falando com uma mulher". O fato de Jesus ter-se importado em conversar com uma mulher samaritana, uma estrangeira junto ao poço, estando ele cansado da jornada, foi admirável aos onze discípulos. Era algo com que não contavam e contrário ao que esperavam que um líder religioso fizesse. Isso os deixou perplexos e surpresos.

Nessa ocasião, o sentimento demonstrado pelos discípulos não é um caso único na Bíblia. Quando o Senhor Jesus permitiu que os publicanos e pecadores se achegassem a ele e estivessem em sua companhia, os fariseus se maravilharam. Exclamaram: "Este recebe pecadores e come com eles" (Lc 15.2). Quando Saulo retomou de Damasco como uma pessoa convertida e uma nova criatura, os crentes de Jerusalém ficaram atônitos. "Todos, porém, o temiam, não acreditando que fosse discípulo" (At 9.26). Quando Pedro foi libertado da prisão de Herodes pelo anjo e conduzido à porta da casa na qual os discípulos oravam por sua libertação, eles ficaram de tal maneira surpresos que não podiam acreditar que fosse Pedro. Quando "abriram, viram-no e ficaram atônitos" (At12.16).

Não precisamos deter-nos somente nos exemplos bíblicos. O crente verdadeiro precisa apenas olhar ao redor, para o mundo que o cerca, e verá inúmeras ilustrações dessa verdade. Quanta admiração é suscitada a cada nova conversão! Quanta surpresa é causada pela mudança ocorrida no coração, na vida, nos costumes e nos gostos do novo convertido! Quanta admiração diante do poder, da graça, da misericórdia, da paciência e da compaixão de Cristo! Hoje, ocorre o mesmo que ocorreu há mais de dois mil anos. A maneira de Cristo lidar com os pecadores ainda é algo maravilhoso para a Igreja e para o mundo.

Se houvesse mais fé genuína sobre a terra, haveria menos surpresa quando as almas se convertessem. Se os crentes cressem mais, teriam uma expectativa maior; se compreendessem melhor a Cristo, ficariam menos admirados e atônitos ao verem-no chamar e salvar o pior dos pecadores. Não deveríamos considerar nada impossível, nem imaginar que qualquer pecador esteja fora do alcance da graca de Deus. A admiração demonstrada diante das conversões é prova de enfraquecimento da fé e da falta de conhecimento que existe nestes últimos dias. O que nos deveria causar admiração é a incredulidade obstinada do ímpio e sua determinacão em perseverar no caminho da destruicão. Foi esse o pensamento de Cristo. Está escrito que ele agradeceu ao Pai pelas conversões (Mt 11.25), mas admirou-se por causa da incredulidade do povo (Mc 6.6).

Vemos também, nessa passagem, o poder da graça em cativar profundamente o coração daquele que vem a crer. Após nosso Senhor apresentar-se à mulher como o Messias, ela deixou "o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito". Ela havia deixado sua casa com o objetivo expresso de buscar água, levando um grande jarro à fonte, com a intenção de trazê-lo bem cheio. Mas encontrou, junto àquela fonte, um novo coração e novos valores para sua vida. Tornou-se uma nova criatura; as coisas velhas passaram. Tudo se fez novo. E, por um momento, todas as outras coisas ficaram esquecidas. Não conseguia pensar em mais nada, a não ser nas verdades que ouvira e no Salvador que encontrara. Com todo o coração, ela deixou o cântaro e apressou-se em dizer aos outros o que estava sentindo.

Nesse fato, vemos o poder purificador da graça do Espírito Santo. Uma vez que a graça é derramada no coração do homem, expulsa os antigos hábitos e interesses. A pessoa convertida não se importa mais com o que antes se importava. Um novo morador passa a habitar a casa. Um novo piloto assume o leme. O mundo inteiro parece diferente. Todas as coisas se fizeram novas. Foi isso que aconteceu com Mateus, o publicano. No momento em que a graça foi derramada em seu coração, ele deixou a coletoria (Mt 9.9). Ocorreu o mesmo com Pedro, Tiago, João e André. No instante em que foram convertidos, deixaram suas redes e barcos de pesca (Mc 1.18). Aconteceu o mesmo com Saulo, o fariseu: assim que se tornou um crente, abandonou todos os brilhantes projetos que tinha como judeu, a fim de pregar a fé que antes havia desprezado (At 9.20). A conduta da mulher samaritana foi exatamente a mesma. Naquele momento, a salvação que encontrou preencheu completamente seu coração. Dizer que ela nunca retornou para buscar seu cântaro seria ir além do que podemos afirmar. Mas o fato é que, sob as primeiras impressões da nova vida espiritual, ela se retirou e deixou para trás aquele cântaro. Contudo, esse fato é, sem dúvida, incomum em nossos dias. Raramente vemos uma pessoa que esteja tão inteiramente voltada aos assuntos espirituais a ponto de considerar os negócios deste mundo algo secundário ou adiável. Por que acontece assim? Simplesmente porque não é comum haver conversões verdadeiras a Deus. Poucos são os que realmente sentem seus pecados e, pela fé, correm para Jesus; poucos são os que, de fato, passam da morte para a vida e se tornam novas criaturas. Todavia, esses poucos são os crentes genuínos deste mundo.

Assim como a mulher samaritana, essas são as pessoas cujas vidas espirituais transmitem algo aos outros. Felizes os que, em certa medida, experimentam o mesmo que aquela mulher experimentou e podem dizer como Paulo: "Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus" (Fp 3.8). Felizes os que deixaram tudo pela causa de Cristo ou que, pelo menos, têm as coisas espirituais como prioridade em suas vidas. "Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso" (Mt 6.22).

Por último, vemos o zelo que o verdadeiro convertido deve demonstrar em fazer o bem aos outros. A mulher samaritana "foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!". No mesmo dia de sua conversão, ela se tornou uma missionária. Sentiu tão profundamente o maravilhoso benefício que recebera de Cristo que não podia deixar de anunciar a paz encontrada nele. Assim como André falou a seu irmão, Pedro, a respeito de Jesus, e Filipe disse a Natanael que achara o Messias; e Saulo, ao se converter, sem demora pregou o evangelho de Cristo, assim também a mulher samaritana anunciou: "Vinde comigo e vede" a Cristo. Ela não utilizou

palavras obscuras, nem procurou emitir argumentos profundos sobre Cristo ter afirmado que era o Messias. Simplesmente disse: "Vinde (...) e vede". Do que havia em abundância no seu coração falaram seus lábios.

Todo crente verdadeiro deveria proceder da mesma maneira que a mulher samaritana. É disso que a Igreja necessita. É isso que a situação deste mundo requer. O bom senso indica que isso é o correto. Todo aquele que recebeu a graça de Deus e provou que Cristo é gracioso deve encontrar palavras para dar testemunho de Cristo a outras pessoas. Se sabemos que as almas ao nosso redor estão perecendo e que somente Cristo pode salvá-las, mas, mesmo assim, deixamos de lhes anunciar a paz que encontramos, onde está a nossa fé? E onde está o nosso amor se, vendo pessoas no caminho para o inferno, nada lhes dizemos a respeito de Cristo e da salvação? Faremos bem em duvidar de que temos amor por Cristo se nossos corações não são movidos a falar dele. E, se não nos preocupamos com a salvação de outros, é bom que duvidemos da segurança de nossas próprias almas.

O que somos nós? Afinal de contas, essa é a pergunta que exige nossa atenção. Será que percebemos a importância crucial das coisas espirituais e a futilidade das coisas deste mundo? Falamos com os outros a respeito de Deus, de Cristo, da eternidade, de suas almas, do céu e do inferno? Se não fazemos isso, qual é o valor de nossa fé? Onde está a realidade do cristianismo que professamos? Atentemos para essas coisas, para que não venhamos a acordar muito tarde e, então, compreender que estamos eternamente perdidos, o que seria uma surpresa para os anjos e para os demônios e, acima de tudo, uma surpresa para nós mesmos, por causa de nossa loucura e cegueira obstinada.



Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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