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Foto do escritorSónia Ramos

O dever de utilizar as oportunidades; a dureza do coração humano; o poder do amor deste mundo

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26/07/2024

Leia João 12.34-43


Aprendemos com esses versículos, inicialmente, sobre o dever de utilizar as oportunidades. O Senhor não vos apanhem (...) Enquanto tendes a luz, crede na luz. Não pensemos que essas coisas foram ditas apenas para abençoar os judeus; elas foram ditas igualmente para nós, sobre quem os fins dos tempos já chegaram.

A lição ensinada por essas palavras se aplica a todos os que se declaram crentes em Jesus. O tempo para fazermos o bem neste mundo é breve e limitado. O trono da graça não permanecerá para sempre; um dia, ele será removido, e o trono de juízo será estabelecido em seu lugar. A porta da salvação pela fé não ficará sempre aberta; será fechada para sempre, e o número dos eleitos estará completo. A fonte de purificação para todo pecado e impureza não estará sempre acessível. Um dia, o caminho que conduz a essa fonte será obstruído, e restará apenas o lago que arde em fogo e enxofre. Esses são pensamentos solenes e verdadeiros; alertam os indolentes membros de igreja e congregações entorpecidas e devem conduzir-nos a examinar profundamente nossos próprios corações. Já fizemos tudo para propagar o evangelho em nosso país e no exterior? Todos os recursos já foram utilizados para divulgar o conhecimento de Cristo crucificado? Podemos ficar tranquilos em nossas consciências e dizer que as igrejas não deixaram nada a ser feito no que se refere a missões? Podemos aguardar a Segunda Vinda de Cristo com sentimentos de humildade, afirmando que nossos talentos de riqueza, influência e oportunidades não foram enterrados? Essas perguntas podem nos humilhar, quando consideramos, por um lado, o estado da igreja de hoje e, por outro, a situação do mundo sem Cristo. Temos de confessar, com vergonha, que a Igreja não está andando de acordo com a luz que possui.

Mas a lição ministrada por essas palavras aplica-se, de forma especial, a nós mesmos. O tempo para fazermos o bem é curto e limitado; estejamos atentos para que possamos utilizá-lo com sabedoria. Andemos enquanto temos a luz. Possuímos bíblias, portanto não sejamos negligentes em sua leitura.

Nós conhecemos o evangelho? Não duvidemos de seus ensinos, mas creiamos nele para a salvação de nossas almas. O dia de descanso é um de nossos privilégios? Não o desperdicemos ociosamente, com descuido e indiferença, mas dediquemo-nos, de todo o coração, a sagradas realizações, considerando-as sublimes. A luz está ao redor e perto de nós, por todos os lados. Devemos resolver andar nela, enquanto a temos, para que, ao final, não sejamos lançados fora, nas trevas exteriores, para sempre. São verdadeiras as palavras de um falecido teólogo: "A recordação de oportunidades perdidas e mal utilizadas será a própria essência do inferno".

Em segundo lugar, nesses versículos aprendemos sobre a profunda dureza do coração humano. Está escrito a respeito dos moradores de Jerusalém: "Embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele".

Cometemos um grande erro ao supor que o fato de contemplar a realização de milagres converte os pecadores. Milhares de pessoas vivem e morrem nessa ilusão. Imaginam que, se testemunharem algum milagre espetacular ou alguma manifestação sobrenatural da graça de Deus, suas dúvidas serão removidas e se tornarão crentes resolutos. Essa é uma grande ilusão. Somente uma nova natureza e um novo coração implantados em nós pelo Espírito Santo nos tornarão verdadeiros discípulos de Cristo. Sem isso, um poderoso milagre pode criar uma empolgação temporária, mas, assim que esse sentimento passar, nos encontraremos tão frios e incrédulos quantos os judeus.

A predominância de incredulidade e indiferença em nossos dias não deve causar-nos surpresa. Apenas evidencia a fundamental doutrina da completa depravação e queda do homem. Nossa fraca compreensão acerca dessa doutrina é comprovada por nossa surpresa diante da incredulidade humana. Leiamos nossas bíblias com mais atenção, examinando mais cuidadosamente seu conteúdo. Mesmo quando Cristo realizava milagres e pregava sermões, muitos de seus ouvintes permaneciam completamente inalterados. Que direito temos de nos admirar se os ouvintes modernos, em muitas ocasiões, permanecem incrédulos? "O discípulo não está acima do seu Mestre." Se os próprios ouvintes de Cristo não creram, quanto maior incredulidade devemos encontrar entre aqueles que ouvem os ministros do evangelho? Devemos testemunhar e confessar a verdade! A obstinada incredulidade do homem é uma das provas de que a Bíblia é verdadeira. A famosa profecia de Isaías começa com estas solenes palavras: "Quem creu em nossa pregação?" (Is 53.1).

Por último, aprendemos sobre o admirável poder que o amor ao mundo exerce no homem. Somos informados de que "muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para que não fossem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus. Evidentemente, esses infelizes estavam convencidos de que Jesus era o Messias. A consciência, a mente e o raciocínio deles os obrigava a admitir, em oculto, que ninguém poderia realizar aqueles milagres se Deus não estivesse com ele e que Jesus de Nazaré era o Cristo de Deus. Mas eles não tiveram coragem de confessar isso. Não se arriscaram a enfrentar o ridículo e, talvez, a perseguição envolvidos em tal confissão. Dessa maneira, covardemente ficaram quietos e guardaram para si mesmos suas convicções. Infelizmente, casos semelhantes são muito comuns. Há milhões de pessoas que sabem muito mais a respeito do cristianismo do que colocam em prática. Sabem que deveriam tornar-se crentes resolutos e que não estão vivendo de acordo com a luz que possuem. Mas o temor dos homens as impede de abandonar seu caminho. Essas pessoas temem ser zombadas, escarnecidas e desprezadas pelo mundo. Odeiam perder a boa reputação da sociedade e o julgamento favorável de homens e mulheres semelhantes a elas. E, assim, elas passam os anos, ocultamente intranquilas e insatisfeitas consigo, sabendo demais acerca de religião para ser felizes no mundo e apegando-se demais ao mundo para apreciar o verdadeiro cristianismo. A fé é o único remédio para uma doença como essa. Uma crença firme em Deus, em Cristo, em um céu invisível e na certeza do Dia do Juízo - esse é o grande segredo para alguém vencer o temor do homem. O expulsivo poder de um novo princípio de vida é necessário para que essa doença seja curada. "Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5.4). Oremos suplicando por fé, se desejamos vencer o inimigo mortal de nossas almas, o temor do homem e o amor ao louvor dele. Se tivermos fé, oremos mais ainda. Clamemos diariamente: "Senhor, aumenta-nos a fé". Com facilidade, podemos ter muito dinheiro e prosperidade mundana; todavia, jamais possuiremos muitíssima fé.


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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