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Foto do escritorSónia Ramos

Linguagem blasfema contra Nosso Senhor; encorajamento aos Crentes; Abraão conhecia Cristo; a preexistência de Cristo

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02/07/2024

Leia João 8.48-59


Inicialmente, devemos observar, nessa passagem, a linguagem blasfema e depreciativa que os inimigos de nosso Senhor utilizaram contra ele. Somos informados de que os judeus falaram ao Senhor Jesus: "Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?". silenciados em seus argumentos, esses ímpios recorreram à ofensa pessoal. Perder o controle e empregar palavras depreciativas são evidências de causa perdida. Apelidos, insultos e linguagem violenta são as armas favoritas de Satanás. Quando falham os outros recursos para levar adiante seus planos, ele estimula seus súditos a vituperar com a língua. Severas, de fato, são as ofensas que os santos de Deus têm suportado em todas as épocas. O caráter deles tem sido injuriado; calúnias foram transmitidas a seu respeito; histórias mentirosas acerca de sua conduta, diligentemente inventadas e aceitas com avidez. Não devemos nos admirar das palavras de Davi: "SENHOR, livra-me dos lábios mentirosos, da língua enganadora" (SI 120.2).

Em nossos dias, o verdadeiro cristão não deve surpreender-se ao perceber que existem muitas provações para ele suportar neste mundo. A natureza humana nunca se altera. Se o crente serve ao mundo e anda de acordo com o caminho largo, pouco será dito contra ele. No entanto, uma vez que o verdadeiro cristão toma a sua cruz e segue Cristo, mentiras e histórias absurdas serão contadas contra ele, a fim de que os outros acreditem. Porém, ele deve consolar-se em pensar que está apenas bebendo o cálice que seu próprio Senhor bebeu. Não importa o que as mentiras de seus inimigos lhe causem na terra, não lhe causam qualquer injúria nos céus. Devem suportá-las com paciência, não se irritando nem perdendo o controle de seus sentimentos. Quando Cristo era ultrajado, "não revidava com ultraje" (1Pe 2.23).

Em segundo lugar, devemos observar que glorioso encorajamento nosso Senhor ministrou àqueles que creem nele. Ele disse: "Em verdade, em verdade, vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente".

Essas palavras não significam que os verdadeiros cristãos nunca morrerão. Pelo contrário, sabemos que eles terão de passar pelo sepulcro e atravessar o rio da morte, assim como todos os demais. Porém, essas palavras significam que eles não experimentarão o sofrimento da segunda morte, a ruína final dos ímpios no inferno, de que a primeira morte é apenas uma figura (Ap 21.8). Também significam que o aguilhão da morte física será removido do verdadeiro cristão. Sua carne definha e seus ossos são afligidos por dores intensas; todavia, o amargo senso dos pecados não perdoados não o atormentará. Esse é o pior aspecto da morte e, nisso, eles obterão a "vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 15.57). Essa bendita promessa, temos de observar, é uma propriedade peculiar do homem que "guarda a palavra" de Cristo, uma expressão que não deve ser aplicada àqueles que apenas se declaram cristãos, mas não conhecem nem se preocupam com o evangelho. Essa promessa pertence somente àquele que recebe em seu coração e pratica em seu viver os ensinos que o Senhor Jesus trouxe dos céus. Em palavras simples, pertence àqueles que são crentes, não apenas de nome e na aparência, mas em atos e verdade. Está escrito: "O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte" (Ap 2.11).

Em terceiro lugar, observamos o nítido conhecimento que Abraão tinha a respeito de Cristo. Jesus declarou aos judeus: "Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se" (Jo 8.56). Quando o Senhor pronunciou essas notáveis palavras, Abraão já estava morto havia pelo menos 1.850 anos! Contudo, Jesus afirmou que Abraão tinha visto o seu dia! Quão maravilhosas e muitíssimo verdadeiras são essas palavras! Abraão não apenas "viu" o Senhor e conversou com ele, quando lhe apareceu nos carvalhais de Manre, naquela noite que antecedeu a destruição de Sodoma e Gomorra, mas também, pela fé, Abraão contemplou o dia da encarnação do Senhor, que estava por vir, e, quando o contemplou, "regozijou-se". Sem dúvida, Abraão viu essas coisas como que através de um espelho obscuro. Não precisamos imaginar que ele fosse capaz de explicar todas as circunstâncias e a maneira como nosso Senhor morreria no Calvário. Mas não evitemos acreditar que Abraão viu, a distância, um Redentor cuja vinda faria toda a terra se alegrar. E, ao vê-lo, Abraão "regozijou-se". A verdade evidente é que somos muito propensos a esquecer que jamais houve outro caminho de salvação, outro Salvador e esperança para os pecadores. Abraão e todos os santos do Antigo Testamento olharam para o mesmo Cristo que nós contemplamos. É bom citarmos o sétimo artigo da Igreja Anglicana: "O Antigo Testamento não contradiz o Novo, pois, em ambos, a vida eterna é oferecida através de Cristo, que é o único Mediador entre Deus e os homens, sendo ele mesmo Deus e homem. Portanto, não devemos dar crédito àqueles que imaginam que os antigos pais contemplaram apenas promessas transitórias. Essa é uma verdade que nunca podemos esquecer quando lemos o Antigo Testamento. Isso é sã doutrina e não pode ser contestado.

Por último, nessa profecia, observamos que o Senhor Jesus declarou sua preexistência com bastante clareza. Ele disse aos judeus: "Antes que Abraão existisse, Eu Sou".

Sem dúvida, essas notáveis palavras revelam uma profunda verdade. Afirmam coisas que os olhos não viram nem a inteligência pode conceber. Mas, se as palavras realmente têm significado, essa afirmativa do Senhor Jesus nos ensina que ele existia antes mesmo de vir ao mundo, existia antes de criar o mundo ou de Abraão nascer. Em outras palavras, essa afirmativa nos ensina que o Senhor Jesus não era apenas um simples homem, tal como Moisés ou Davi. Era alguém que subsistia desde a eternidade, o mesmo ontem, hoje e para sempre, o verdadeiro e eterno Deus.

Essas palavras são profundas e produzem conforto em nosso viver diário. Revelam-nos a profundidade, a largura, a estatura e a amplitude daquela grande rocha sobre a qual os pecadores são convidados a descansar suas almas. Aquele a quem o evangelho nos ordena vir com nossos pecados e crer, a fim de recebermos perdão e paz, não é um simples homem. É o próprio Deus e, "por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus" (Hb 7.25). Então, venhamos com confiança e continuemos a descansar nele, sem temor. O Senhor Jesus é o verdadeiro Deus; nossa vida eterna está assegurada.



Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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