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Foto do escritorSónia Ramos

Jesus recomenda a vigilância diante de sua segunda vinda


20/03/2024

Leia Lucas 21.34-38


Esses versículos constituem a conclusão prática do grande discurso profético de nosso Senhor. Apresentam uma admirável resposta aqueles que condenam o estudo de profecias ainda não cumpridas, por considerarem que são especulativas e sem proveito. Seria quase impossível encontrarmos uma passagem mais prática, direta, clara e perscrutadora do que essa que agora consideramos.

Em primeiro lugar, essa passagem nos ensina o perigo espiritual ao qual estão expostos neste mundo os mais santos dos crentes. Nosso Senhor disse aos seus discípulos: "Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço".

Essas são palavras dignas de admiração. Não foram dirigidas aos fariseus lascivos, aos saduceus incrédulos ou aos devassos herodianos. Foram dirigidas a Pedro, Tiago, João e a todos os demais apóstolos, homens que haviam desistido de tudo por amor a Cristo e que haviam provado a realidade de sua fé por intermédio de sua obediência amorosa e de seu resoluto apego ao seu Senhor. Foi a eles que o Senhor advertiu contra o perigo de seus corações ficarem sobrecarregados com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo! Foi para eles que Jesus disse: "Acautelai vos por vós mesmos". Aqui, temos uma exortação cujo propósito é ensinar-nos a imensa importância da humildade. Não existe um pecado tão sério que um crente muito piedoso não possa cair nele. Não existe um crente tão espiritual que não esteja sujeito a cair em um pecado bastante grave. Noé escapou das contaminações do mundo antes do Dilúvio, mas depois foi vencido pela embriaguez. Abraão foi o pai dos que têm fé, mas, por incredulidade, declarou falsamente que Sara era sua irmã. Ló não participou da impiedade de Sodoma, mas, após sair daquela cidade, caiu em pecado na caverna em que se refugiou. Moisés era o homem mais manso da face da terra, mas perdeu de tal modo o autocontrole que falou com ira e imprudência. Davi era um homem segundo o coração de Deus, mas se afundou em hediondo adultério. Esses exemplos são profundamente instrutivos. Todos demonstram a sabedoria da advertência de nosso Senhor nessa passagem e ensinam a nos cingirmos "de humildade" (1Pe 5.5). "Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia" (1Co 10.12).

Além disso, aprendemos sobre a grande importância de um espírito não centralizado nas coisas do mundo. As "preocupações deste mundo" são apresentadas lado a lado com as orgias e a embriaguez. Excessos no comer e no beber não são os únicos que prejudicam a alma. Existe uma ansiedade excessiva pelas coisas inocentes da vida que tanto é prejudicial ao nosso progresso espiritual como é letal ao nosso homem interior. Nunca, nunca esqueçamos que podemos arruinar nossa alma por causa de coisas lícitas, assim como podemos fazê-lo por causa de pecados notáveis. Feliz é aquele que aprendeu a ser firme ao lidar com as coisas deste mundo e a crer que, se buscar em primeiro lugar o reino de Deus, as demais "coisas [...) serão acrescentadas" (Mt 6.33).

Em segundo lugar, essa passagem nos ensina que a volta de nosso Senhor será repentina. Ele disse: "Para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra". Assim como uma armadilha que apanha um animal de maneira inesperada; assim como o relâmpago que rebrilha no céu subitamente, antes que o trovão ressoe; assim como um ladrão que, repentinamente, à noite vem a uma casa, sem informar em que dia virá àquela casa, assim também, de modo repentino e instantâneo, acontecerá a segunda vinda do Filho do Homem. O dia exato do retorno de nosso Senhor Jesus Cristo a este mundo foi propositalmente ocultado por Deus. "A respeito daquele dia e hora ninguém sabe" (Mt 24.36). No entanto, em um aspecto todos os ensinos das Escrituras são claros e inconfundíveis: quando acontecer, a segunda vinda de Cristo será um evento súbito e inesperado. Os negócios no mundo continuarão a se realizar normalmente. Assim como foi nos dias de Sodoma e nos dias antes do Dilúvio, os homens estarão comendo, bebendo, casando e dando-se em casamento (Lc 17.27). Poucos, até mesmo entre os crentes verdadeiros, estarão completamente atentos a esse grande acontecimento, vivendo em um estado de completa expectativa. Num momento, em um piscar de olhos, cessará todo o curso da vida no mundo. O Rei dos reis aparecerá. Os mortos serão ressuscitados; os vivos, transformados. A incredulidade murchará. A verdade será descoberta por milhares, porém será tarde demais. O mundo, com todas as suas trivialidades e sombras, será colocado de lado, e a eternidade será iniciada, com todas as suas terríveis realidades. Tudo começará repentinamente, sem qualquer notificação, aviso ou preparativos. "Para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra."

O servo de Deus certamente reconhecerá que só existe uma atitude digna daquele que crê nessas coisas: estar constantemente preparado para se encontrar com Cristo. O evangelho não nos chama para abandonar nossa atividades terrenas ou para negligenciar os deveres de nossas profissões; tampouco nos ordena que sejamos eremitas ou que vivamos como frades e freiras. O evangelho nos ordena a viver como pessoas que esperam o retorno de seu Senhor. Arrependimento para com Deus, fé no Senhor Jesus e santidade de vida são as únicas atitudes exigidas em nosso preparo para o encontro com Cristo. Aquele que, por experiência própria, conhece essas coisas está sempre pronto para se encontrar com seu Senhor.

Por último, essa passagem nos ensina os deveres especiais do crente que aguarda o segundo advento de Cristo. Nosso Senhor sintetizou-os em dois importantes assuntos: vigilância e oração. Ele disse: "Vigiai, pois, a todo tempo, orando".

Temos de vigiar, vivendo como soldados que estão atentos no território do inimigo. Devemos recordar que o mal está perto de nós e em nosso íntimo, que temos de lutar todos os dias contra um coração traiçoeiro, um mundo repleto de armadilhas e um diabo bastante ativo. Lembrando disso, precisamos vestir toda a armadura de Deus e acautelarmo-nos do entorpecimento espiritual. "Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios" (1Ts 5.6).

Temos de orar sempre, mantendo o constante hábito da oração genuína, com toda a seriedade. Precisamos falar com Deus todos os dias, cultivando a comunhão diária com ele no que se refere às nossas almas. Devemos orar para recebermos a graça, a fim de nos desembaraçarmos de todo peso, rejeitando tudo que possa interferir em nossa prontidão de ter comunhão com nosso Senhor. Acima de tudo, precisamos vigiar com um zelo santo nossos hábitos de vocionais e ser cuidadosos em não apressar ou encurtar nossas orações.

Terminemos nossas considerações sobre essa passagem com a firme determinação de que, com a ajuda de Deus, agiremos de acordo com o que acabamos de ler. Se cremos que o Senhor Jesus voltará, preparemo-nos para encontrá-lo. "Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes" (Jo 13.17)


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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