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Foto do escritorSónia Ramos

Jesus prediz a destruição do templo; o perigo do engano


16/03/2024

Leia Lucas 21.5-9


Devemos observar nesses versículos as afirmativas de nosso Senhor quanto à destruição do templo. Somos informados de que "falavam alguns a respeito do templo, como estava ornado de belas pedras e de dádivas". Exaltavam-no por causa de sua beleza exterior; admiravam seu tamanho, sua grandeza arquitetônica e sua riquíssima decoração. No entanto, não receberam resposta positiva de nosso Senhor. Ele disse: "Vedes estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada".

Existe uma profecia surpreendente nas palavras de Jesus. É difícil imaginar quão estranhas e alarmantes pareceram aos judeus que as ouviram. Foram proferidas a respeito de uma construção que os judeus reverenciavam com veneração idólatra e de um edifício que continha a Arca da Aliança, o Santo dos Santos e a mobília simbólica, feita de acordo com o modelo apresentado por Deus mesmo. Foi um pronunciamento sobre uma construção associada aos nomes mais proeminentes da história dos judeus: Davi, Salomão, Ezequias, Josias, Isaías, Jeremias, Esdras e Neemias. Jesus as pronunciou em referência a um edifício em direção ao qual todo judeu piedoso curvava sua fronte, em qualquer lugar do mundo, quando apresentava suas orações diárias (1Rs 8.44; Jn 2.4; Dn 6.10). No entanto, foram ditas com sabedoria; tinham o propósito de ensinar a grande verdade de que a verdadeira glória de um lugar de adoração não consiste na beleza externa. "O SENHOR não vê como vê o homem" (1Sm 16.7). Os homens levam em conta a aparência exterior de um edifício; o Senhor atenta para a adoração espiritual e a presença do Espírito Santo. Essas coisas faltavam completamente no templo de Jerusalém; portanto, o Senhor Jesus Cristo não poderia ter qualquer prazer nele.

Os que professam ser crentes farão bem em lembrar essas palavras de nosso Senhor. Sem dúvida, é adequado e correto que edifícios separados para a adoração a Cristo sejam dignos do propósito para o qual são utilizados. Tudo o que fazemos para Cristo deve ser bem-feito. No prédio em que o evangelho é proclamado, a Palavra de Deus é exposta e as orações são dirigidas a Deus, não deve faltar nada que o torne mais agradável e sólido. Porém, sempre devemos lembrar que o aspecto material de uma igreja cristã é o menos importante. A elegante combinação de mármore, pedras decoradas, pintura e vidros coloridos não tem valor aos olhos de Deus, a menos que a verdade esteja sendo proclamada do púlpito e a graça de Deus reine no coração dos que ali se reúnem. As covas e cavernas em que os primeiros crentes costumavam se reunir provavelmente eram mais belas aos olhos de Cristo do que a mais bela catedral construída pelos homens. O templo com o qual o Senhor Jesus mais se deleita é um coração quebrantado, contrito e regenerado pelo Espírito Santo. Também devemos observar nesses versículos a solene advertência de nosso Senhor quanto ao engano. Suas alarmantes palavras sobre o templo causaram em seus discípulos uma importante indagação: "Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?". A resposta de nosso Senhor foi longa e completa. Começou com uma penetrante advertência: "Vede que não sejais enganados".

A posição ocupada pela advertência é notável. Encontra-se à frente de uma profecia de alcance vasto e de importância universal para todos os crentes: uma profecia que abrange desde o próprio dia em que foi pronunciada até a ocasião da segunda vinda de Cristo; uma profecia que revela assuntos de interesse vital para judeus e gentios; uma profecia em que há muitos aspectos ainda por se realizar. Sua primeira sentença é uma advertência contra o engano "Vede que não sejais enganados".

A necessidade dessa advertência tem sido comprovada frequentemente na História da Igreja de Cristo. Talvez em nenhum outro assunto os teólogos tenham cometido tantos enganos quanto no assunto de interpretação de profecias ainda não cumpridas. Em nenhum outro assunto, eles têm demonstrado a fraqueza do intelecto humano e confirmado plenamente as palavras do apóstolo Paulo: "Agora vemos como em espelho, obscuramente" (1Co 13.12). Dogmatismo, convicções, disputas, obstinação em manter opiniões insustentáveis, afirmações e especulações com frequência têm causado descrédito a todo o assunto de profecias e produzido blasfêmia da parte dos inimigos do cristianismo. Existem muitos livros escritos sobre a interpretação de profecias. Neles, com justiça, poderíamos escrever na página de rosto: "Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?" (Jó 38.2). Aprendamos da advertência de nosso Senhor a orar por humildade e pela disposição de aprender sempre que estivermos lendo profecias ainda não cumpridas. Nesse assunto, assim como em qualquer outro das Escrituras, precisamos de um coração infantil e de oração: "Desvenda os meus olhos" (SI 119.18). Por um lado, devemos acautelar-nos da indolência ociosa que nos afasta das Escrituras proféticas, por causa de sua dificuldade. Por outro lado, devemos acautelar-nos de possuir um espírito dogmático e arrogante que leva as pessoas a se esquecer de que são estudantes e a falar com tanta confiança quanto se fossem os próprios profetas. Acima de tudo, leiamos as profecias bíblicas com a completa convicção de que há bênçãos em estudá-las e que, ao fazê-lo, mais entendimento receberemos a cada ano. A promessa permanece completamente verdadeira: "Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo" (Ap 1.3). No tempo do fim, a visão será esclarecida (Dn 12.9).


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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