top of page
Foto do escritorSónia Ramos

A ignorância do homem natural; Cristo honra a fé; os ouvintes de Cristo têm maior privilégio do que os de Moisés

Atualizado: 12 de jun.



27/05/2024

Leia João 6.28-34


Esses versículos iniciam uma das passagens mais notáveis dos evangelhos. Talvez nenhum outro discurso do Senhor Jesus tenha provocado mais controvérsias ou tenha sido mais incompreendido do que este, encontrado em João 6.

Em primeiro lugar, notamos a ignorância espiritual e a incredulidade do homem natural. Por duas vezes, nós as vemos sendo mostradas e exemplificadas. Quando o Senhor Jesus exortou seus ouvintes a trabalhar pela comida "que subsiste para a vida eterna", eles pensaram imediatamente nas obras que deveriam fazer e na bondade pessoal que precisariam demonstrar: "O que faremos para realizar as obras de Deus?".

Obras, obras, obras! Essa era a única ideia que tinham a respeito de como chegar ao céu. E, novamente, quando o Senhor Jesus referiu-se a si mesmo como um enviado de Deus e à necessidade de crerem nele sem demora, eles retrucaram, perguntando: "Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos?". Visto que eles haviam acabado de presenciar o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, poderíamos imaginar que tinham visto um sinal convincente. Além disso, por haverem recebido ensinos diretamente do Senhor Jesus Cristo, deveríamos esperar que mostrariam grande disposição para crer. Mas, infelizmente, não há limite para a tolice, o preconceito e a incredulidade do homem no que se refere aos assuntos espirituais. E marcante o fato de que a incredulidade do homem foi a única coisa da qual o Senhor Jesus se admirou durante seu ministério na terra (Mc 6.6).

Será bom lembrar isso ao procurarmos fazer o bem aos outros no que concerne à vida espiritual. Não devemos ficar abatidos se não derem crédito às nossas palavras e se nossos esforços parecerem desprezados. Não nos queixemos, como se isso fosse algo estranho; nem pensemos que estamos lidando com pessoas teimosas ou difíceis. Antes, precisamos considerar que esse foi o próprio cálice que o Senhor bebeu; e, assim como ele, devemos persistir com paciência. Se os homens não creram até mesmo no Senhor Jesus, um Mestre por excelência e tão perfeito, que direito nós temos de ficar admirados por não nos darem crédito? Felizes os pastores, missionários e mestres que guardam em mente essas coisas; serão poupados de amarga decepção. Ao trabalhar para o Senhor, é primordial compreender o que temos de esperar da parte do homem. Mais do que qualquer outra coisa, é difícil avaliar corretamente quanta incredulidade há no coração do homem.

Em segundo lugar, notamos a sublime honra que Cristo atribui à fé nele mesmo. Os judeus lhe perguntaram: "Que faremos para realizar as obras de Deus?". Ele respondeu: "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado". Essa é, na verdade, uma expressão notável! Há duas coisas que contrastam fortemente no Novo Testamento: a fé e as obras. Não por obras, mas por fé, esse é um conceito familiar a todos os que leem a Bíblia com cuidado. Todavia, o supremo Cabeça da Igreja declara que crer nele é a maior e mais elevada de todas as "obras"! É a "obra de Deus".

Sem dúvida, nosso Senhor não quis dizer que existe qualquer mérito no ato de crer. A fé que há no homem, por melhor que seja, é frágil e imperfeita. Se for considerada "obra", não resistirá à severidade do julgamento divino, nem merecerá perdão ou entrada nos céus. Porém, o Senhor realmente pretendia dizer que a primeira atitude requerida por Deus, da parte do pecador, é crer em Cristo como seu único Salvador. O homem não é nada até que, em seu estado de pecado e perdição, creia em Jesus e nele confie. Jesus disse que crer nele é a atitude, da parte do homem, que agrada especialmente a Deus. Ele fica satisfeito quando vê o pecador abandonando sua justiça própria e depositando confiança em seu Filho amado. Sem fé, é impossível agradar a Deus. O Senhor realmente pretendia dizer que a fé depositada nele é o fundamento da verdadeira religião. Não há vida espiritual no homem até que ele venha a crer. E, acima de tudo, o Senhor, na verdade, estava afirmando que crer nele é a mais difícil das atitudes espirituais para o homem natural. Os judeus manifestavam qualquer desejo pela religião verdadeira? Eles precisavam saber que tinham de lançar fora o orgulho, confessar sua culpa, reconhecer sua necessidade e crer humildemente.

Regozijem-se e deem graças a Deus todos os que conhecem algo da fé verdadeira. Bem-aventurados os que creem! Esses chegaram a um ponto que muitos dos sábios deste mundo nunca alcançaram. Podemos nos sentir pobres e fracos pecadores; mas nós realmente cremos? Podemos falhar e fracassar em muitas coisas; porém, cremos de fato? Aquele que reconhece seus pecados e confia em Cristo, como Salvador, aprendeu as duas maiores e mais difíceis lições do cristianismo e frequentou a melhor das escolas, pois foi ensinado pelo Espírito Santo.

Por último, notamos os superiores privilégios dos ouvintes de Cristo, em comparação àqueles que viveram no tempo de Moisés. Embora tenha sido muitíssimo admirável e miraculoso o maná que caiu do céu, nada significava, em comparação ao verdadeiro pão que Cristo outorga aos seus discípulos. Ele mesmo era o pão de Deus, vindo do céu para dar vida ao mundo. O pão que caía do céu, nos dias de Moisés, podia apenas alimentar e satisfazer o corpo. O Filho do Homem veio para alimentar a alma do homem. O pão que caiu no deserto serviu apenas para beneficiar Israel. O Filho do Homem veio para oferecer ao mundo a vida eterna. Os que comeram o maná já morreram e foram sepultados, e muitos deles se perderam eternamente. Mas os que se alimentaram do pão concedido pelo Filho do Homem estão salvos eternamente.

Agora, estejamos atentos ao que concerne a nós mesmos e verifiquemos se estamos entre os que se alimentam do pão de Deus e vivem eternamente. Não nos contentemos em esperar ociosos; acheguemo-nos verdadeiramente a Cristo, comamos do pão da vida e creiamos nele, para a salvação de nossas almas. Os judeus disseram: "Dá-nos sempre desse pão"; mas não foram além disso. Não descansemos até que, pela fé, tenhamos comido desse pão e sejamos capazes de afirmar: "Cristo é meu, pois tenho provado que o Senhor é gracioso. Sei e reconheço que pertenço a ele".



Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


4 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page