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Foto do escritorSónia Ramos

Cristo conhece o coração do homem; o que Cristo proíbe, aconselha e promete

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26/05/2024

Leia João 6.22-27


Inicialmente, esses versículos nos ensinam em que medida Jesus conhece o coração do homem. Nesse trecho, nós o vemos denunciando os falsos motivos daqueles que o seguiam por causa dos pães e dos peixes.

Atravessaram o mar da Galileia à sua procura. À primeira vista, pareciam estar prontos para crer nele e honrá-lo. Mas Jesus conhecia os motivos mais íntimos da conduta daquele povo e não se deixou enganar. Afirmou-lhes: "Vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes".

O Senhor Jesus é sempre o mesmo; não devemos esquecer isso. Ele nunca muda. Conhece os motivos secretos de todos os que dizem crer nele e declaram-se cristãos. Sabe exatamente o que os impulsiona em tudo que fazem em sua vida religiosa. Conhece os motivos que os levam a frequentar a igreja, obedecer às ordenanças, manter as devoções familiares e ter o domingo como um dia separado para o Senhor. Todas essas coisas estão nuas e patentes ao olhos daquele que é o Cabeça da Igreja. Ele vê e julga nossas ações. "O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração" (1 Sm 16.7).

Sejamos sinceros e verdadeiros em nossa vida espiritual, seja qual for nossa posição na vida. É grande a pecaminosidade da hipocrisia, mas a loucura que existe nela é ainda maior. Não é difícil enganar os pastores, parentes e amigos. Uma aparente moralidade com frequência é convincente. Mas é impossível enganar a Cristo. Seus olhos são "como chama de fogo" (Ap 1.14). Ele nos vê de forma completa. Felizes os que podem dizer: "Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo" (Jo 21.17).

Em segundo lugar, esses versículos nos ensinam o que Cristo proíbe. Às multidões que o seguiam tão diligentemente, por causa dos pães e dos peixes, ele disse: "Trabalhai, não pela comida que perece". Essa sentença é notável e requer explicação. Podemos estar certos de que nosso Senhor não encorajava a ociosidade. Seria um grande erro supor algo assim. O trabalho foi a porção entregue a Adão no paraíso. Após a Queda, foi ordenado ao homem que se ocupasse com o trabalho, o qual é honroso para todos os homens. Ninguém deve envergonhar-se de pertencer à "classe operária". O próprio Senhor Jesus trabalhou na carpintaria de Nazaré. O apóstolo Paulo trabalhou como fazedor de tendas.

O que o Senhor Jesus desejava realmente censurar era o trabalho excessivo em benefício do corpo, enquanto a alma é negligenciada. Essa atitude prevalece em toda parte do mundo. O que ele reprovou foi o hábito comum de trabalhar apenas pelas coisas do presente, deixando de lado o que concerne à eternidade - o hábito de se preocupar somente com as coisas desta vida e negligenciar a que está por vir. Cristo deixou um alerta solene contra essa atitude.

Certamente, todos devemos entender que o Senhor Jesus tinha um bom motivo para falar essas palavras. Elas constituem um grande alerta, que deve soar nos ouvidos de muitos nesses últimos dias. São muitos os que, em todas as esferas da vida, estão fazendo exatamente aquilo sobre o que Jesus nos advertiu. Trabalham noite e dia "pela comida que perece" e nada fazem por suas almas imortais. Felizes os que aprendem a tempo os respectivos valores da alma e do corpo e cujos pensamentos se ocupam prioritariamente com a salvação. Aquele que busca o reino de Deus em primeiro lugar nunca deixará de ter, acrescentadas em sua vida, todas as demais coisas (Mt 6.33).

Em terceiro lugar, esses versículos nos ensinam o que Cristo nos aconselha. Ele nos adverte a trabalhar pela comida "que subsiste para a vida eterna". Deseja que nos esforcemos para encontrar alimento e satisfação para nossas almas; e, nele, esse alimento pode ser encontrado em grande abundância. Mas aquele que o busca deve fazê-lo com diligência.

Como, então, devemos trabalhar? Existe apenas uma resposta. Devemos esforçar-nos a fim de empregar todos os meios designados por ele. Precisamos ler nossas Bíblias como quem procura um tesouro escondido e lutar com sinceridade em oração, como alguém que luta pela vida contra um inimigo mortal. Temos de ir à casa do Senhor com um coração sincero, para adorá-lo e ouvir sua Palavra, como alguém que ouve a leitura de um testamento. Devemos lutar diariamente contra o pecado, o mundo e o diabo, como alguém que luta pela liberdade e precisa vencer, pois, do contrário, será escravizado. É assim que devemos viver, se quisermos encontrar Cristo e ser achados por ele. É isso que significa "trabalhai". Esse é o segredo de sermos vitoriosos quanto à nossa alma.

Esse "trabalhai" é muito incomum. Os homens nos oferecerão pouco encorajamento para o realizarmos e ouviremos com frequência que somos "fanáticos" e exagerados. Por mais estranho e absurdo que pareça, o homem natural está sempre manifestando a ideia de que nos preocupamos demais com a vida espiritual; ele se recusa a entender que somos mais propensos a nos preocupar com as coisas do mundo. Mas, independentemente do que o homem diz, a alma jamais obterá alimento espiritual sem trabalhar para isso.

Precisamos nos esforçar, nos apressar, lutar e aplicar todo o nosso coração às questões de nossa alma. "Os que se esforcam" são os que se apoderam do reino dos céus (Mt 11.12).

Por último, esses versículos nos ensinam o que Cristo nos promete. Sua promessa é que ele mesmo dará a comida que permanece eternamente a todos os que a procuram: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará".

Essas são palavras de graça e encorajamento! Cristo está pronto e desejoso a suprir tudo aquilo de que precisamos para saciar a fome de nossas almas. O Filho do Homem nos concederá, de forma graciosa, imediata, abundante e por toda a eternidade, a graça, a misericórdia, a paz e a força de que necessitamos. Com esse propósito, ele foi selado, designado e comissionado por Deus, o Pai. Assim como José, por ocasião da fome no Egito, é ofício de Cristo ser o amigo, o provedor e o lenitivo para este mundo pecaminoso. Ele está muito mais disposto a dar do que o homem a receber. Ouanto mais os pecadores o buscam, mais satisfação ele experimenta.

Agora, ao concluir a meditacão nessa passagem, indaguemos a nós mesmos o que ela significa para nossas vidas. Com que finalidade estamos trabalhando? O que sabemos a respeito da comida que permanece e da satisfacão para nosso homem interior? Não descansemos até nos alimentarmos do pão que somente Cristo pode nos dar. Cedo ou tarde, os que se contentam com qualquer outro tipo de alimento espiritual se deitarão "em tormentas" (Is 50.11).


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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