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Foto do escritorSónia Ramos

Arguição sobre a autoridade de Cristo e sua resposta


10/03/2024

Leia Lucas 20.1-8


Em primeiro lugar, observemos nesses versículos a exigência que os principais sacerdotes fizeram a nosso Senhor. Ele indagaram a Jesus "Dize-nos: com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu esta autoridade?.

O espírito que impulsionou a pergunta é bastante claro e não pode ser mal compreendido. Esses homens odiavam e invejavam Cristo. Perceberam que seu poder estava se desvanecendo e a influência de Cristo, aumentando. Resolveram, então, que, se possível, impediriam o progresso desse novo mestre e assaltariam sua autoridade. Suas poderosas obras precisavam ser examinadas. Com toda justiça, seus ensinos deveriam ser comparados às Escrituras. Mas os principais sacerdotes se recusaram a fazer qualquer dessas coisas. Preferiram questionar a comissão de nosso Senhor.

Todo crente verdadeiro que procura fazer o bem no mundo deve dispor-se a ser tratado como seu mestre o foi. Não pode ficar surpreso ao ver pessoas cheias de justiça própria e de mentalidade mundana desaprovarem seu modo de viver. A legitimidade do procedimento do crente será constantemente questionada. Ele será considerado intrometido, desordenado, presunçoso, uma peste e um "perturbador de Israel' (At 24.5; 1Rs 18.17). Pregadores e missionários, em especial, estão sujeitos a se deparar com esse tipo de tratamento. E o pior de tudo: todos os que servem a Cristo frequentemente encontrarão inimigos em pessoas que deveriam ser amigas.

Todos os que são atacados pelo mundo, porque procuram fazer o bem, devem sentir-se fortalecidos com o pensamento de que estão apenas bebendo o cálice que o próprio Cristo bebeu; o seu Senhor, que está no céu, simpatiza com eles. Eles devem continuar trabalhando com paciência, crendo que, se forem fiéis, seu trabalho falará por si mesmo. A oposição do mundo certamente se manifestará contra toda boa obra. Se os servos de Cristo tiverem de parar a cada momento em que o mundo questiona o que eles fazem, em breve ficarão completamente ociosos. Se temos de esperar até que o mundo aprove nossos planos e se mostre satisfeito com a conveniência de nossos esforços, nunca realizaremos coisa alguma na terra.

Em segundo lugar, observemos nesses versículos a maneira como nosso Senhor falou a respeito do ministério de João Batista. Àqueles que questionavam sua autoridade, Jesus se referia ao constante e invariável testemunho de João Batista referente à pessoa dele. Não deveriam aqueles líderes judeus recordar como João Batista havia falado sobre Jesus como o Cordeiro de Deus, aquele cujas sandálias ele, João Batista, não era digno de desatar, aquele que tinha a foice em sua mão e o Espírito de Deus sem medida? Não deveriam lembrar que eles mesmos e toda a Jerusalém haviam comparecido ao batismo de João e confessado que ele era profeta? Entretanto, João Batista sempre lhes dissera que Jesus era o Messias! Com certeza, se os principais sacerdotes fossem honestos, não teriam vindo a Jesus para questionar sua autoridade. Se eles realmente acreditavam que João Batista era um profeta enviado por Deus, precisavam crer que Jesus era o Cristo.

Com razão, às vezes podemos inquirir se a importância do ministério de João Batista é corretamente entendida pelos crentes. O brilhantismo da história de nosso Senhor obscurece a história de seu precursor. E o resultado é que o batismo e a pregação de João Batista não recebem o estudo que merecem. Porém, não devemos esquecer que o seu ministério é o único do Novo Testamento que foi predito no Antigo Testamento, exceto o do próprio Senhor Jesus. Foi um ministério que produziu um imenso resultado na mente dos judeus e despertou o interesse de Israel, de uma extremidade a outra da Palestina. Acima de tudo, foi um ministério que tornou os judeus indesculpáveis em sua rejeição a Cristo, quando ele apareceu. Os judeus não podiam declarar que haviam sido apanhados de surpresa, quando nosso Senhor começou a pregar. Suas mentes haviam sido completamente preparadas para a aparição de Jesus. Para vermos a completa pecaminosidade dos judeus e toda a justiça dos juízos que lhes sobrevieram após a crucificação de nosso Senhor, precisamos lembrar o ministério de João Batista.

Embora poucos homens valorizem a obra dos pastores fiéis, no céu existe alguém que toma nota de todos os labores deles. Ainda que o comportamento do crente seja pouco compreendido e seja muito escarnecido e deturpado, o Senhor Jesus escreve em seu livro todos os atos do crente. Continua vivo aquele que testificou sobre a importância do ministério de João Batista, depois que este morreu e foi sepultado. Ele também testemunhará em favor do trabalho de todos seus servos fiéis, no último dia. No mundo, talvez eles tenham aflições e desapontamentos. Mas nunca são esquecidos por Cristo.

Por último, observemos nesses versículos que os inimigos de nosso Senhor eram culpados de grande falsidade. Em resposta à pergunta de nosso Senhor se o batismo de João era do céu ou dos homens, os principais sacerdotes declararam "que não sabiam". Foi uma falsidade inequívoca. Eles poderiam ter respondido, mas não o quiseram. Sabiam que, se dissessem aquilo em que acreditavam, condenariam a si mesmos. Se declarassem que João Batista era um profeta enviado por Deus, seriam culpados de uma grotesca incoerência em não crer no testemunho de João referente ao Messias.

Falsidades como essa, devemos recear, são muito comuns entre as pessoas incrédulas. Milhares delas dirão qualquer coisa, antes de reconhecer que estão erradas. Mentir é apenas um dos pecados a que o coração humano está mais naturalmente inclinado e um dos pecados mais comuns no mundo. Geazi, Ananias e Safira têm mais seguidores e imitadores do que os apóstolos Pedro e Paulo. O número de mentiras que os homens utilizam para salvar sua reputação e encobrir sua impiedade provavelmente é muito maior do que estamos cientes.

O verdadeiro servo de Cristo fará bem se recordar sempre essas coisas, enquanto prossegue sua jornada neste mundo. Ele não deve acreditar em tudo que ouve, especialmente nas coisas relacionadas à religião. O verdadeiro servo de Cristo não tem de supor que os incrédulos realmente creem em tudo que seus próprios lábios dizem. Com frequência, os não convertidos sentem mais coisas do que parecem sentir. Habitualmente, dizem coisas contra os crentes e sua religião, coisas que, em seu íntimo, sabem ser incorretas. Frequentemente, sabem que o evangelho é verdadeiro, mas não têm coragem de confessar isso; e que a vida cristã é correta, porém são muito orgulhosos para afirmarem isso. Os principais sacerdotes e os escribas não foram as únicas pessoas que, desonestamente, lidaram com as coisas espirituais e disseram aquilo que sabiam ser falso. O servo de Cristo deve seguir com paciência seu caminho. Aqueles que agora são seus inimigos um dia confessarão que ele estava certo, embora costumem proclamar que o servo de Cristo está errado.


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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