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Foto do escritorSónia Ramos

A visita das mulheres ao sepulcro; a incredulidade dos apóstolos


04/04/2024

Leia Lucas 24. 1-12


A ressurreição de Cristo é uma das grandes pedras fundamentais do cristianismo. Em sua importância prática, fica atrás apenas da crucificação. O capítulo que agora iniciamos conduz nossa mente à evidência da ressurreição. E uma prova incontestável de que Jesus não apenas morreu, mas também ressuscitou. Inicialmente, vemos nesses versículos a realidade da ressurreição de Cristo. Somos informados de que, "no primeiro dia da semana", algumas mulheres foram ao sepulcro em que o corpo de Jesus havia sido colocado, a fim de ungi-lo. No entanto, quando chegaram ao lugar, "encontraram a pedra removida do sepulcro; mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus".

O fato é simples, mas indica o ponto inicial da história da ressurreição de Cristo. No dia de descanso, pela manhã, seu corpo jazia seguro no sepulcro; no domingo, pela manhã, já não estava mais ali. Quem o havia tirado? Quem o removera dali? Com certeza, não haviam sido os sacerdotes, ou os escribas ou os inimigos do Senhor Jesus. Se eles estivessem com o corpo de Jesus, não hesitariam em mostrá-lo para refutar a sua ressurreição. Tampouco foram os apóstolos ou os outros discípulos de Cristo! Eles estavam bastante temerosos e desanimados para tentar fazer tal coisa e, além disso, não ganhariam nada com isso. Uma explicação, somente uma, poderia satisfazer as exigências do ocorrido, e ela foi apresentada pelos anjos mencionados na passagem. Cristo "ressuscitou dentre os mortos. Procurá-lo no sepulcro significava buscar "entre os mortos ao que vive". Ele havia ressuscitado, e logo muitas testemunhas confláveis o veriam e conversariam com ele.

A ressurreição de nosso Senhor descansa sobre evidências que nenhum incrédulo jamais pode explicar. Foi confirmada por testemunhos de todo o tipo, espécie e descrição. A história simples e evidente sobre a qual falam os autores dos evangelhos não pode ser destruída. Quanto mais analisamos o relato dos evangelistas, mais inexplicável se mostrará o acontecimento da ressurreição, a menos que o aceitemos como verdadeiro. Se decidirmos negar a verdade desses relatos, então poderemos negar qualquer outro acontecimento da história mundial. Não há tanta certeza de que Júlio Cesar tenha existido quanto há certeza de que Cristo ressuscitou.

Creiamos com firmeza na ressurreição de Cristo como um dos fundamentos do evangelho. Ela deve produzir em nossas mentes a profunda convicção da veracidade do cristianismo. Nossa fé não depende simplesmente de um conjunto de passagens bíblicas e de doutrinas. Está alicerçada em um fato poderoso que os incrédulos jamais foram capazes de aniquilar. A ressurreição de Cristo tem de nos assegurar a ressurreição de nosso próprio corpo após a morte física. Se nosso Senhor ressurgiu dentre os mortos, não podemos duvidar de que seus discípulos ressuscitarão no último dia. Acima de tudo, a ressurreição de Cristo deveria encher nosso coração com um senso de regozijo quanto à plenitude da salvação apresentada no evangelho. Quem nos condenará? Nossa grande Segurança não apenas morreu por nós, como também ressuscitou (Rm 8.34). Ele foi ao Hades em nosso lugar e ressurgiu triunfante, após ter expiado nossos pecados. O pagamento que ele fez por nós foi aceito. A obra de satisfação de nossos pecados foi plenamente realizada. Não nos causa admiração que o apóstolo Pedro tenha afirmado: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (1Pe 1.3).

Em seguida, vemos nesses versículos quão obscurecida estava a memória dos discípulos em referência a alguns dos ensinos de Jesus. Os anjos que apareceram às mulheres lhes falaram o que o Senhor havia proferido na Galileia, prenunciando sua própria crucificação e ressurreição. Em seguida, elas "se lembraram das suas palavras". Haviam escutado as palavras de nosso Senhor, mas não as guardaram. Agora, após vários dias, recordavam-nas.

Um obscurecimento de memória é uma doença espiritual comum entre os crentes. Hoje, isso prevalece tão amplamente quanto prevalecia nos dias dos primeiros discípulos. É uma das muitas provas de nosso estado caído e corrupto. Mesmo depois de terem sido regenerados pelo Espírito Santo, a prontidão dos homens para esquecer as promessas e os preceitos do evangelho constantemente os coloca em dificuldades. Eles ouvem muitas coisas que deveriam entesourar em seu coração, mas parecem esquecê-las tão rápido quanto as ouvem. E, somente depois de vários dias, a aflição os faz recordar tais coisas, e, imediatamente, ocorre-lhes a ideia de que já as haviam escutado! Descobrem que tinham ouvido tais coisas, mas as ouviram em vão.

A verdadeira cura para uma memória obscurecida quanto às verdades espirituais é aprofundar o amor a Cristo e ter as afeições focalizadas mais completamente nas coisas celestiais. Não esquecemos com prontidão as coisas que amamos e os objetos que temos constantemente diante de nossos olhos. Sempre recordamos os nomes de nossos pais e de nossos filhos. O rosto do esposo ou o da esposa, que amamos, está gravado em nosso coração. Quanto mais nossas afeições estiverem engajadas no servico de Cristo, mais fácil será lembrarmos suas palavras. Precisamos refletir atentamente sobre a afirmativa do apóstolo: "Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos" (Hb 2.1). Por último, vemos nesses versículos que os primeiros discípulos demoraram a crer no assunto da ressurreição de Cristo. Quando as mulheres retornaram do sepulcro e contaram aos apóstolos o que os anjos lhes haviam dito, as palavras das mulheres pareceram aos apóstolos "como delírio, e não acreditaram nelas". Apesar de todas as afirmativas claras de seu Senhor, declarando que ressuscitaria ao terceiro dia; apesar do testemunho evidente de cinco ou seis pessoas dignas de confiança, afirmando que o sepulcro estava vazio e que os anjos lhes haviam dito que Jesus ressuscitara; apesar da evidente impossibilidade de nenhuma outra suposição explicar por que o túmulo estava vazio, exceto a suposição de uma ressurreição miraculosa - apesar de tudo isso, os onze discípulos sem fé não queriam acreditar!

Talvez nos admiremos de sua incredulidade. Sem dúvida, a princípio, isso nos parece a coisa mais ilógica, irracional, provocante e inexplicável! Mas não seria bom pensarmos em nossa própria época? Não vemos ao nosso redor, nas igrejas chamadas cristãs, uma enorme medida de incredulidade, mais irracional e culpável do que essa demonstrada pelos apóstolos? Não vemos entre nós, após muitos séculos de provas adicionais referentes à ressurreição de Cristo, uma incredulidade generalizada, que é realmente deplorável? Não vemos miríades de crentes professos que parecem não acreditar que Jesus morreu, ressuscitou dos mortos e voltará novamente, para julgar o mundo? Essas são perguntas dolorosas. Fé grande é realmente uma coisa rara. Não é surpresa que nosso Senhor tenha afirmado: "Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lc 18.8) Admiremos a sabedoria de Deus, capaz de fazer algo que parece mau resultar em grande benefício. A incredulidade dos apóstolos, na ocasião, é uma das evidências grandes e indiretas de que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Se, a princípio, os discípulos mostraram-se tão retraídos em crer na ressurreição de nosso Senhor, mas, por fim, foram tão completamente persuadidos de sua veracidade que a proclamaram em todos os lugares, é porque Cristo realmente ressuscitou. Os primeiros pregadores eram homens que foram convencidos, apesar de si mesmos e de sua obstinada e decidida indisposição para crer. Se, por fim, os apóstolos creram, a ressurreição tem de ser um acontecimento verdadeiro.


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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