A segunda vinda de Cristo e os sinais que a precederão
- Sónia Ramos
- 19 de mar. de 2024
- 5 min de leitura

19/03/2024
Leia Lucas 21.25-33
O assunto dessa parte da grande profecia de nosso Senhor é sua segunda vinda para julgar o mundo. As expressões fortes da passagem parecem ser inaplicáveis a qualquer acontecimento menos importante do que esse. Limitar essas palavras à tomada de Jerusalém pelos romanos é uma maneira incomum de interpretar a linguagem das Escrituras.
Inicialmente, nessa passagem vemos quão terríveis serão as circunstâncias que acompanham a segunda vinda de Cristo. Nosso Senhor disse que "haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória".
O quadro apresentado é singularmente terrível. Talvez não seja fácil atribuir um significado exato a cada uma de suas partes. Uma coisa, porém, é muitíssimo evidente: a segunda vinda de Cristo será acompanhada por tudo que poderá torná-la alarmante aos sentidos e corações dos homens. Se a entrega da Lei no Sinai foi terrível, a ponto de Moisés dizer: "Sintome aterrado e trêmulo!" (Hb 12.21), ainda mais terrível será o retorno de Cristo, quando ele vier à terra com poder e grande glória. Se os corajosos soldados romanos "tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos" (Mt 28.4), quando o anjo rolou a pedra do sepulcro e Cristo ressuscitou dos mortos, ainda maior terror haverá quando Cristo voltar para julgar o mundo. É lógico que Paulo tenha dito: "Assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens" (2Co 5.11).
Com razão, o homem imprudente e negligente treme quando ouve falar sobre o segundo advento de Cristo. O que fará esse homem quando os negócios no mundo cessarem repentinamente e seus bens preciosos se tornarem inúteis? O que ele fará quando, por todos os lados, se abrirem as sepulturas e a trombeta estiver convocando ao julgamento? O que ele fará quando o próprio Jesus, cujo evangelho ele rejeitou de maneira vergonhosa, aparecer nas nuvens dos céu e colocar todos os inimigos debaixo de seus pés? Com certeza, ele clamará aos rochedos e aos montes que caiam sobre ele e o encubram (Os 10.8). Mas o fará em vão se antes nunca invocou a Cristo. Naquele dia, feliz será o indivíduo que já fugiu da ira vindoura, sendo lavado no sangue do Cordeiro.
Em segundo lugar, vemos nesses versículos quão plena será a segurança dos verdadeiros crentes por ocasião do segundo advento de Cristo. Nosso Senhor disse aos seus discípulos: "Ao comecarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeca; porque a vossa redencão se aproxima".
Embora, para o incrédulo, sejam terríveis os sinais que acompanham a vinda de Cristo, esses sinais não devem causar terror ao coração do crente verdadeiro. Pelo contrário, ele deve encher-se de alegria. Precisa lembrar que sua completa libertação do mundo, do pecado e do diabo está às portas e que, em breve, ele dirá adeus às enfermidades, tristezas, tentações e morte. O dia em que o incrédulo perderá tudo será o mesmo em que o crente entrará em sua eterna recompensa. O momento em que as esperancas dos incrédulos desaparecerão será o mesmo em que as esperancas do crente serão trocadas por uma certeza feliz e uma completa possessão.
O servo de Deus deve frequentemente olhar para a segunda vinda de Cristo; assim, perceberá que o pensamento sobre aquele dia será um agradável amparo para ele diante das provas e tentacões da vida presente. O crente precisa recordar: "Ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará' (Hb 10.37). Cumprir-se-ão as palavras de Isaías: "Enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo" (Is 25.8). Uma receita segura para um espírito paciente é esperar pouco deste mundo e estar sempre "aguardando [...] a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 1.7).
Em terceiro lugar, vemos nesses versículos a necessidade de atentar para os sinais dos tempos na perspectiva do segundo advento de Cristo. Nosso Senhor nos ensina mais uma lição ao proferir a parábola: "Vede a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, vendo-o, sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo". Os discípulos, por ignorância, supunham que o reino do Messias seria estabelecido por meio de uma paz universal. Ao contrário, nosso Senhor lhes disse que confusões, guerras, perplexidade e aflição seriam os sinais que precederiam o estabelecimento do reino.
O dever universal que essas palavras estão abordando é muito evidente. Temos de observar com cuidado os acontecimentos públicos do tempo em que vivemos. Não devemos nos absorver com política, mas precisamos estar atentos aos eventos políticos. Não devemos nos transformar em profetas no sentido literal das Escrituras, porém temos de estudar com diligência os sinais de nossa época. Agindo assim, o Dia de Cristo não nos apanhará em completa ignorância.
Vemos alguns desses sinais em nossos dias? No mundo existem algumas circunstâncias que, de um modo especial, demandam a atenção do crente? Sem dúvida, existem muitas. A queda de grandes impérios, o avivamento do catolicismo romano, o renovado interesse das igrejas evangélicas em pregar o evangelho, o interesse geral na situação dos judeus, a queda de formas de governos e instituições firmes, o surgimento e a propagação de formas sutis de incredulidade - todas essas coisas são sinais peculiares para nossos dias. Devem fazer-nos recordar as palavras de nosso Senhor referindo-se à figueira e levar-nos a meditar sobre o texto: "Eis que venho sem demora" (Ap 22.7).
Por último, vemos nesses versículos a certeza de que se cumprirão todas as predições de nosso Senhor acerca do segundo advento. Ele estava falando como se estivesse prevendo a incredulidade e a descrença do homem no que diz respeito a esse importante assunto. Jesus sabia como as pessoas estariam prontas a dizer: "Isto é improvável, impossível! O mundo continuará sendo o que sempre foi". Utilizando palavras solenes, ele advertiu seus discípulos contra a incredulidade: "O céu e a terra passarão, porém as minhas palavras não passarão".
Seremos abençoados se recordarmos a advertência de Jesus, sempre que estivermos na companhia daqueles que escarnecem de profecias ainda não cumpridas. Não devemos permitir que nossa fé seja abalada por aqueles que zombam dos crentes. Se Deus afirmou alguma coisa, certamente a realizará; e a possibilidade ou a probabilidade em relacão a tal coisa é um assunto que não nos deve inquietar nem por um instante. A vinda de Cristo em poder, para julgar o mundo e reinar, não é menos improvável do que era sua vinda para sofrer e morrer. Se ele veio pela primeira vez, quanto mais devemos esperar que venha pela segunda vez. Se veio para ser pregado na cruz, quanto mais devemos esperar que ele virá em glória, coroado, em vestes reais. Ele o disse e o fará. As suas "palavras não passarão".
Terminemos nossa meditação sobre esses versículos com a profunda convicção de que o segundo advento de Cristo é uma das principais verdades do cristianismo. O Cristo em quem nós cremos não deve ser apenas aquele que sofreu no Calvário, mas também o Cristo que virá novamente para, pessoalmente, julgar o mundo.
Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos
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