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02/09/2024
Leia João 14.18-20
Essa breve passagem está repleta de preciosas promessas. Nosso Senhor falou sobre duas
coisas que faria em benefício dos crentes e sobre três que aconteceriam a eles.
Em primeiro lugar, aprendemos que a Segunda Vinda de Cristo será fonte de consolo para os crentes. Ele disse: "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós outros".
A respeito de que o vocábulo "voltarei" está falando nessa passagem? Não precisamos dizer que esse é assunto polêmico entre os crentes. Alguns acreditam que se refere à aparição de nosso Senhor aos discípulos, após a ressurreição. Outros ensinam que Jesus estava falando de sua vinda aos corações de seu povo pela virtude do Espírito Santo. Outros, ainda, que o Senhor estava se referindo ao derramamento do Espírito, no dia de Pentecostes. Entretanto, podemos duvidar de que alguma dessas opiniões expresse o completo significado das palavras de nosso Senhor: "Voltarei para vós outros". O verdadeiro significado dessa expressão parece ser a Segunda Vinda pessoal de Cristo, no fim do mundo. É uma promessa ampla, abrangente, majestosa para todos os crentes, em todas as épocas, e não somente para os apóstolos: "Não permanecerei sempre no céu; um dia, Eu voltarei para vocês". É semelhante à mensagem que os anjos transmitiram aos apóstolos após a ascensão de Jesus: "Esse Jesus que de entre vós foi recebido em cima no céu, há-de vir assim como para o céu o viste ir. " (At 1.11). Corresponde à última promessa com a qual conclui-se o livro de Apocalipse: "Certamente, venho sem demora" (Ap 22.20).
Guardemos em nossos corações o fato de que, até a Segunda Vinda de Cristo, todos os crentes assemelham-se a órfãos e a pessoas em sua menoridade. Nossas melhores coisas ainda estão por vir. A fé precisa ser trocada pela realidade, e a esperança, pela certeza. A paz e a alegria que possuímos no presente são imperfeitas. São nada diante do que teremos quando o Senhor Jesus retornar. Oremos e esperemos com intenso desejo a Segunda Vinda de Cristo. Coloquemos essa doutrina no topo de toda a nossa teologia, ao lado da doutrina da expiação e da intercessão de nosso Senhor. Os crentes mais nobres são aqueles que aguardam e amam a manifestação de Cristo (2Tm 4.8).
Em segundo lugar, aprendemos que a vida de Cristo assegura a vida de seus seguidores. Ele disse: "Porque eu vivo, vós também vivereis". Existe uma misteriosa e indissolúvel união entre o Senhor Jesus e o verdadeiro crente. O homem que, mediante a fé, uniu-se a Cristo está tão intimamente ligado a ele quanto a cabeça está ao corpo. Porquanto Cristo vive, o qual é o Cabeça do verdadeiro crente, este igualmente vive. O crente não morre, a menos que Cristo seja destronado do céu e a vida dele, destruída. Mas, visto que ele é Deus, isso é totalmente impossível! "Havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele" (Rm 6.9).
A vida de Cristo assegura a preservação da vida espiritual de seu povo. Eles jamais perecerão. Serão preservados até o fim. A natureza divina, da qual eles são participes, jamais se extinguirá. A semente incorruptível que está neles jamais será destruída por Satanás ou pelo mundo. Embora sejam fracos em si mesmos, os crentes estão intimamente ligados à Cabeça imortal, e nenhum membro do corpo místico de Cristo jamais perecerá.
A vida de Cristo assegura a vida ressurreta de seu povo. Assim como o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos, visto que a morte não podia retê-lo após o momento determinado, também todos os crentes ressuscitarão no dia em que ele os chamar dos sepulcros. A vitória obtida por Jesus, quando a pedra de seu sepulcro foi removida, não foi conquistada somente para ele mesmo, e sim para todo o seu povo. Se a Cabeça ressurgiu dos mortos, com certeza os membros também ressurgirão. Os crentes genuínos devem sempre meditar em verdades assim. O mundo incrédulo pouco sabe a respeito dos privilégios do seguidor de Cristo. Percebe alguns desses privilégios, mas apenas os visíveis. O mundo não compreende o segredo do vigor que o crente desfruta no presente e de sua esperança das coisas por vir. E qual é esse segredo? A união invisível com um Salvador invisível, que está nos céus! Todo filho de Deus está invisivelmente ligado ao trono de Cristo, a Rocha dos Séculos. Se aquele trono pudesse ser abalado, somente então poderíamos ficar desesperados. Cristo vive; nós também viveremos.
Por último, aprendemos que o pleno conhecimento das coisas espirituais jamais será atingido antes da Segunda Vinda de Cristo. Nosso Senhor disse: "Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós". O melhor dos crentes não conhece muito enquanto está neste corpo. A queda de Adão corrompeu nosso entendimento, bem como nossa consciência, coração e vontade. Mesmo após a conversão, vemos obscuramente; e nenhum outro assunto entendemos com tanta falta de clareza quanto o de nossa união com Cristo e com o Pai. Esses são assuntos sobre os quais temos de nos contentar em crer com humildade e, assim como uma criança, receber pela fé as coisas que não somos capazes de explicar.
No entanto, o pensamento de que, quando o Senhor Jesus retornar, os resquícios de nossa ignorância serão removidos é algo que nos conforta e abençoa. Ressuscitados dos mortos, libertos das trevas deste mundo, não mais sendo tentados pelo diabo e pelas concupiscências da carne, os crentes verão como foram vistos e conhecerão como também foram conhecidos. Teremos abundância de luz naquele dia; o que agora não entendemos, haveremos de entender naquele tempo.
Nossas almas devem descansar nesse reconfortante pensamento, quando vemos lamentáveis divisões no seio da Igreja de Cristo. Relembremos que grande parte de tais divisões surgiu por causa da falta de melhor conhecimento. Agora conhecemos em parte e, consequentemente, entendemos mal uns aos outros. Virá o dia em que os crentes não contenderão uns com os outros; isso ocorrerá na Segunda Vinda de Cristo. Somente então, a promessa alcançará plena realização: "Naquele dia, vós conhecereis".
Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos
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