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Foto do escritorSónia Ramos

A plenitude de Cristo; sua superioridade a Moisés; Cristo, aquele que revelou o Pai


04/05/2024

Leia João 1.15-18



Essa passagem contém três grandes declarações sobre o Senhor Jesus Cristo. Todas estão entre os principais fundamentos do cristianismo.

Primeiro, aprendemos que é Cristo somente quem supre todas as necessidades espirituais do crente. Está escrito que "todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça". Em Jesus Cristo, há uma plenitude imensurável. Como disse Paulo: "Aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude"; "Em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos" (CI 1.19;2.3). Nele está guardado, como na casa do tesouro, um suprimento ilimitado de tudo que o pecador necessita, no tempo presente e na eternidade. Sua dádiva especial à Igreja é o Espírito de vida, o qual, assim como uma grande raiz, transporta a seiva e o vigor espiritual de Cristo a todos os ramos que nele creem. Jesus Cristo é rico em misericórdia, graça, sabedoria, justiça, santificação e redenção.

Todos os crentes, em todos os séculos, têm sido supridos pela plenitude de Cristo. No tempo do Antigo Testamento, os crentes não entendiam com clareza a fonte da qual tiravam seu suprimento. Os santos do Antigo Testamento viram Cristo de um modo distante, e não face a face. Mas, desde o tempo de Abel, todos os benefícios desfrutados pelos salvos foram recebidos exclusivamente por intermédio de Jesus Cristo. Todos os santos, na glória, finalmente reconhecerão que devem a Cristo tudo o que são. Jesus provará que ele é tudo em todos. Segundo, aprendemos sobre a grande superioridade de Cristo em relação a Moisés e do evangelho em relação à lei. Está escrito: "A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo". Moisés foi usado por Deus "como servo" para entregar a Israel a lei cerimonial e a lei moral (Hb 3.5). Como servo, foi fiel àquele que o chamou, mas era apenas um servo. A lei moral, que ele trouxe do monte Sinai, era santa, justa e boa; porém, não era capaz de justificar. Não tinha o poder de curar. Podia ferir, mas não curar. Ela suscitava "a ira" (Rm 4.15). Decretava a maldição contra qualquer desobediência.

A lei cerimonial, imposta por Moisés ao povo, segundo a ordenança divina, tinha profundo significado e estava repleta de instruções simbólicas. Suas ordenanças e cerimônias tornaram-na um excelente mestre para conduzir os homens a Cristo (Gl 3.24), mas ele servia apenas de mestre. No tocante à consciência, não podia aperfeiçoar aquele que a cumprisse (Hb 9.9). Colocava sobre os corações dos homens um jugo doloroso e insuportável. Era um ministério de morte e condenação (2Co 3.7-9). A luz que os homens obtiveram de Moisés e da lei não é mais intensa do que a luz de uma estrela comparada à luz do sol ao meio-dia.

Cristo, porém, veio ao mundo "como Filho" (Hb 3.6), tendo inteiramente em suas mãos as chaves do tesouro de Deus, que deram acesso à graça e à verdade. A graça veio por intermédio dele, ao tornar plenamente conhecido o plano gracioso de Deus para a salvação, por meio da fé em seu sangue, e ao abrir a fonte da misericórdia a todos os povos. A verdade veio por seu intermédio, ao cumprir em sua própria pessoa os símbolos do Antigo Testamento e revelarse como o verdadeiro sacrifício, o verdadeiro propiciatório e o verdadeiro sacerdote. Não há dúvida de que havia alguma "verdade e graça" na lei de Moisés; mas a graça de Deus em sua plenitude e toda a verdade sobre a redenção não foram conhecidas até Jesus vir ao mundo e morrer pelos pecadores.

Terceiro, aprendemos que somente Cristo revelou Deus, o Pai, aos homens. Lemos que "ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou". Os olhos de qualquer mortal jamais contemplaram o Pai. Nenhum homem suportaria contemplá-lo. Mesmo a Moisés foi dito: "Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá" (Êx 33.20). No entanto, tudo o que o homem mortal pode conhecer sobre Deus Pai é completamente revelado por Deus Filho. Aquele que, desde a eternidade, estava no seio do Pai agradou-se em tomar sobre si a nossa natureza; e, estando na forma de homem, revelou-nos tudo o que nossa mente podia compreender sobre a perfeição do Pai. Por meio das palavras, dos atos, da vida e da morte de Cristo, aprendemos a respeito do Pai o máximo que nossas mentes falhas podem, no momento, suportar. A sabedoria perfeita de Deus, seu grande poder, seu amor indizível pelos pecadores, sua santidade incomparável e seu ódio pelo pecado não poderiam ser demonstrados aos nossos olhos com mais clareza do que por meio da vida e da morte de Cristo. Na verdade, Deus "foi manifestado na carne" quando o Verbo assumiu um corpo (1Tm 3.16). Ele é "o resplendor da glória" do Pai "e a expressão exata do seu Ser" (Hb 1.3). Ele mesmo disse: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30); "Quem vê a mim vê o Pai" (Jo 14.9). "Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (C1 2.9). Essas coisas são profundas e misteriosas, mas verdadeiras.

Agora, após a leitura desses versículos, será possível honrarmos demais a Cristo? Ou pensarmos sobre ele coisas por demais elevadas? Devemos banir de nossas mentes esses pensamentos indignos para sempre. Aprendamos a exaltá-lo mais, em nossos corações, e a entregar com maior confiança em suas mãos tudo o que aflige nossa alma. Os homens facilmente cometerão erros, ao falarem sobre as três pessoas da Trindade, se não se apegarem cuidadosamente ao ensino das Escrituras. Porém, homem algum jamais errará por honrar em demasia o Deus Filho. Cristo é o ponto de convergência entre a Trindade e a alma do pecador. "Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou" (Jo 5.23).





Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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