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Foto do escritorSónia Ramos

A pergunta de Cristo sobre a afirmativa de Davi nos Salmos; Jesus censura os escribas


14/03/2024

Leia Lucas 20.41-47


Nesses versículos, devemos observar quão admirável testemunho sobre a divindade de Cristo encontramos no Livro de Salmos. Após responder com paciência aos ataques de seus inimigos, nosso Senhor, por sua vez, propôs-lhes uma pergunta. Pediu-lhes que explicassem uma expressão do Salmo 110, em que Davi falava a respeito do Messias, chamando-o Senhor. Os escribas não tiveram qualquer resposta. Não puderem ver a sublime verdade de que o Messias deveria ser Deus e homem, assim como não perceberam que, embora, como homem, o Messias fosse filho de Davi, como Deus, o Messias era o Senhor de Davi. A ignorância dos saduceus quanto às Escrituras foi exposta diante de todos. Embora professassem ser mestres de outras pessoas e possuidores da chave do conhecimento, mostraram-se incapazes de explicar o conteúdo de suas próprias Escrituras. Com razão, podemos crer que, dentre todas as vitórias de nosso Senhor contra seus inimigos maliciosos, nenhuma os perturbou tanto quanto essa. Nada arrasa tanto o orgulho humano quanto ser publicamente exposto como ignorante daquelas coisas que alguém imagina ser sua peculiar esfera de conhecimento. Provavelmente não temos a menor ideia de quantas verdades profundas estão contidas no Livro de Salmos. Nenhuma outra parte da Bíblia é tão bem conhecida, na letra, e tão pouco compreendida, no espírito. Cometemos um grande erro quando imaginamos que o Livro de Salmos contém apenas as experiências, os sentimentos, os louvores e as orações de Davi. A mão que compilou os salmos, em sua maioria, foi a de Davi. Mas, com frequência, o assunto principal era mais profundo e elevado do que a história do filho de Jessé. Em resumo, o Livro de Salmos está repleto de Cristo - os sofrimentos, a humilhação, a morte, a ressurreição, a segunda vinda e o reino de Cristo sobre todos. Ambos os adventos do Messias estão descritos nos salmos: o advento de sofrimento, para morrer na cruz; e o advento de glória, para vestir a coroa. Ambos os reinos são descritos nos salmos: o reino da graça, durante o qual os eleitos são reunidos em um corpo; e o reino de glória, quando toda língua confessará que Jesus é o Senhor. Sempre leiamos o Livro de Salmos com reverência especial, dizendo a nós mesmos: "Aqui se encontra alguém maior do que Davi".

É uma observação que se aplica, mais ou menos, a toda a Bíblia. Em toda a Bíblia, existe uma plenitude que se torna uma prova concreta de que se trata de um livro inspirado por Deus. Quanto mais a lemos, mais assuntos ela parece conter. Todos os outros livros tornam-se enfadonhos, se forem constantemente lidos. A superficialidade e a fraqueza dos assuntos de tais livros logo se tornam evidentes. Somente a Bíblia parece ser cada vez mais ampla, profunda e completa quando a estudamos. Não temos necessidade de procurar significados místicos ou alegóricos. As novas verdades que constantemente fluirão diante de nossos olhos são claras, simples e lógicas. A Bíblia é uma mina inesgotável dessas verdades; e nada pode explicar isso, exceto o fato de que a Bíblia é a Palavra de Deus, e não de homens.

Em segundo lugar, observemos, nesses versículos, quão abominável aos olhos de Cristo é a hipocrisia. Somos informados de que, "ouvindo-o todo o povo, recomendou Jesus a seus discípulos: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes; os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações". Essa foi uma advertência ousada e admirável Temos de recordar: foi uma denúncia pública dos homens que se assentavam na "cadeira de Moisés" e eram reconhecidos como mestres do povo judeu. Uma denúncia que nos mostra com clareza que pode haver épocas em que o pecado de pessoas que ocupam posicões elevadas transforma em uma obrigacão positiva o protesto público contra tal pecado. Uma denúncia que revela ser possível alguém manifestar-se livremente e ainda

não "difamar autoridades" (2Pe 2.10).

Parece que o Senhor Jesus não considerou nenhum outro pecado tão pecaminoso quanto a hipocrisia. Com certeza, nenhum outro pecado extraiu de seus lábios condenação tão frequente, severa e humilhante, durante todo o seu ministério terreno. O Senhor Jesus se mostrava cheio de compaixão e misericórdia para com os piores pecadores. Não houve "indignação" nele quando se encontrou com Zaqueu, o ladrão arrependido; com Mateus, o publicano; com Saulo, o perseguidor; e com a mulher pecadora, na casa de Simão. Mas, quando se encontrava com os escribas e os fariseus vestidos com um disfarce de espiritualidade, pretendendo possuir grande santidade exterior, enquanto seu íntimo estava cheio de perversidade, parece que a alma justa do Senhor Jesus ficava cheia de indignação. Oito vezes em apenas um capítulo (Mt 23), nós o encontramos afirmando: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas" (v. 27). Jamais esqueçamos que o Senhor Jesus nunca muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. É importante que sejamos verdadeiros em nosso cristianismo. Embora sejamos fracos em nossa fé, amor, esperança e obediência, asseguremo-nos de que tais virtudes sejam genuínas e sinceras. Desprezemos a própria ideia de fazer representações falsas e utilizar máscaras em nosso cristianismo. Acima de tudo, sejamos íntegros. É admirável o fato de que "a verdade" é a primeira peça da armadura que Paulo recomenda ao soldado cristão. Paulo disse: "Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade" (Ef6.14). Por último, observemos nesses versículos que haverá graus de condenação e sofrimento no inferno. As palavras de nosso Senhor são claras e inconfundiveis. Ele afirmou sobre aqueles que vivem e morrem na hipocrisia: "Estes sofrerão juízo muito mais severo".

O assunto desvendado nessas palavras é profundamente triste. A realidade e a eternidade da condenação futura estão entre as grandes verdades fundamentais do cristianismo; por isso, é difícil pensar nesse assunto sem estremecer. Entretanto, é bom que conservemos firme em nossa mente tudo o que a Bíblia ensina quanto ao céu e ao inferno. A Bíblia nos ensina com clareza que existem níveis de glória no céu; e, com a mesma clareza, tanto nessa como em outras de suas passagens, que há graus de miséria no inferno.

Afinal de contas, quem são os que finalmente receberão a condenação eterna? Esse é um assunto prático que muito nos preocupa. Todos os que não desejam vir a Cristo, que não conhecem a Deus e desobedecem ao evangelho; todos os que se recusam a se arrepender e perseveram em sua impiedade todos esses serão condenados. Colherão de acordo com o que semearam. Deus não deseja a ruína eterna dessas pessoas, mas, se elas se recusam a ouvir sua voz, terão de morrer em seus pecados.

Dentre os que serão condenados, quais pessoas receberão a mais severa condenação? Não recairá sobre aqueles que nunca ouviram o evangelho, nem sobre as almas ignorantes e negligenciadas, com as quais, embora mergulhadas em pecado, ninguém se preocupou. A mais severa condenação recairá sobre aqueles que tiveram grande luz e conhecimento, mas não os utilizaram corretamente. Essa condenação sobrevirá a todos aqueles que professavam ter grande pureza e religiosidade, porém, na verdade, estavam apegados aos seus pecados. Em resumo, o hipócrita ocupará o mais aflitivo lugar no inferno. Esses são fatos terríveis, mas verdadeiros.


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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