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Foto do escritorSónia Ramos

A ignorância dos judeus quanto ao uso correto do sábado; os terríveis extremos que o preconceito causa nos homens; vendo e percebendo uma evidência irresistível

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04/07/2024

Leia João 9.13-25


Esses versículos nos mostram quão pouco os judeus da época de Jesus entendiam sobre o uso correto do dia de descanso. Lemos que alguns dos fariseus acharam falta em Jesus porque um cego fora miraculosamente curado no sábado. Eles disseram: "Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado". Evidentemente, uma boa obra havia sido realizada em favor de uma criatura desamparada. Uma grave enfermidade fora curada e um poderoso ato de misericórdia, realizado. Os inimigos de Cristo, que tinham corações cegos, não podiam contemplar qualquer beleza nesse ato e chamaram-no de transgressão do quarto mandamento!

Aqueles homens, que se julgavam sábios, entenderam de maneira completamente equivocada o intuito do dia de descanso. Não compreenderam que o sábado foi criado por causa do homem, tendo em vista o bem de seu corpo, mente e alma. Sem dúvida, era um dia separado dos outros, para ser santificado e mantido como santo. Mas a santificação do sábado não impedia a realização de obras de necessidade e atos de misericórdia. Curar um homem cego não constituía uma quebra do quarto mandamento. Ao atribuírem falta ao nosso Senhor, por ter curado o homem, os judeus apenas revelaram sua ignorância no que concerne à sua própria lei. Esqueceram que acrescentar algo a um mandamento é um pecado tão grande quanto desobedecer a ele.

Nessa passagem, assim como em outras, precisamos ter cuidado para não atribuir um significado errado à conduta de nosso Senhor. Em momento algum devemos imaginar que o dia de descanso não é mais um dever para o crente e que eles não precisam mais observar o quarto mandamento. Esse é um engano terrível e raiz de grandes males. Nenhum dos dez mandamentos foram ab-rogados ou cancelados. Nosso Senhor jamais teve a intenção de que o domingo se tornasse um dia de prazer, negócios, viagens e dissipações fúteis. Ele pretendia que o dia de descanso fosse conservado "santo", enquanto durar o mundo. Uma coisa é utilizar o dia de descanso em obras de misericórdia, em servico aos enfermos, em fazer o bem aos atribulados. Outra coisa totalmente diferente é utilizá-lo em diversões, festas e satisfação pessoal. Não importa o que os homens digam, a verdade é que a maneira como utilizamos o dia de descanso é a mais segura confirmação do estado de nossa vida espiritual. Por meio desse dia, podemos descobrir se amamos a comunhão com Deus e se estamos em harmonia com os céus. Em resumo, por meio do dia de descanso, os segredos de muitos corações são revelados. Há muitos a respeito dos quais podemos dizer: esses não pertencem a Deus, pois não observam o dia do Senhor.

Esses versículos também nos mostram os terríveis extremos aos quais o preconceito leva o homem ímpio. O texto nos conta que os "judeus haviam assentado que, se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga". Eles estavam decididos a não crer em Jesus; haviam determinado que nenhuma evidência mudaria sua mente e prova alguma influenciaria sua vontade. Eram semelhantes a homens que fecham seus olhos, colocam sobre eles uma venda e recusam-se a tirá-la. Assim como em ocasiões posteriores, eles fecharam seus ouvidos para não escutar a pregação de Estêvão e recusaram-se a ouvir o apóstolo Paulo, quando este apresentava sua defesa, assim também eles se comportaram nessa ocasião do ministério do Senhor Jesus.

De todos os estados mentais em que o homem incrédulo pode ser envolvido, esse é o mais perigoso para a alma. Enquanto a pessoa se mostra franca, sincera e honesta, há esperança para ela, ainda que tenha pouquíssimo conhecimento das coisas espirituais. Talvez ela esteja nas trevas agora. Mas quem sabe está disposta a seguir a luz, se essa lhe for apresentada? É possível que, com todas as suas forças, esteja andando no caminho largo. Porém, está disposta a ouvir aqueles que podem lhe mostrar um caminho mais excelente? Em resumo, ela é uma pessoa ensinável, que possui o caráter de uma criança e não está agrilhoada ao preconceito? Se podemos responder satisfatoriamente a essas perguntas, não precisamos ficar desesperados quanto à alma dessa pessoa.

O estado mental que sempre devemos desejar é aquele que possuíam os nobres bereanos. Eles prestaram bastante atenção quando ouviram a pregação do apóstolo Paulo: "Receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras" e comparando se o que tinham ouvido harmonizava-se com a Palavra de Deus. E somos informados de que, "com isso, muitos deles creram" (At 17.11-12).

Por último, esses versículos nos mostram que nada é tão convincente ao homem quanto suas próprias afeições e pensamentos. O apóstolo João nos revela que os judeus incrédulos tentaram, em vão, persuadir o cego, curado por Jesus, de que nada havia sido realizado em favor dele. Conseguiram apenas a seguinte resposta: "Uma coisa, sei: eu era cego e agora vejo". Ele não procurou explicar como o milagre acontecera. Se o homem que fizera o milagre era pecador, isso ele não sabia. Mas, de forma resoluta, afirmou que algo fora realizado em seu favor. Não podia ser considerado louco; apesar do que os judeus poderiam imaginar, ele estava certo de que dois fatos haviam ocorrido: "Eu era cego e agora vejo".

Para um verdadeiro cristão, não existe um tipo de evidência mais satisfatória do que essa. Sua fé talvez seja fraca e seu entendimento doutrinário, ainda indistinto e obscuro; mas, se Cristo realmente fez uma obra de graça em seu coração, em seu íntimo ele sente algo que não pode ser destruído: "Eu estava nas trevas, agora tenho luz. Receava aproximar-me de Deus, agora eu o amo. Gostava muito do pecado, agora o odeio. Eu era cego, agora vejo". Jamais estejamos tranquilos enquanto não sentirmos em nosso íntimo a obra do Espírito Santo. Não estejamos apenas com o nome e a aparência do cristianismo. Almejemos possuir uma familiaridade experimental com ele. Os sentimentos, com certeza, são enganosos e de pouco valor na vida espiritual. Mas, se não temos sentimentos íntimos a respeito dos assuntos espirituais, isso é um péssimo sinal. O homem faminto alimenta-se e sente-se fortalecido; o sedento bebe e sente-se reanimado. Com certeza, o homem que, em seu coração, tem a graça de Deus será capaz de afirmar: "Eu sinto o seu poder".


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


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