top of page
Foto do escritorSónia Ramos

A humildade de Cristo; a provação de seus discípulos; seu poder sobre as águas

j


25/05/2024

Leia João 6.15-21


Devemos observar, nessa passagem, a humildade de nosso Senhor Jesus Cristo. Somos informados de que,

após alimentar a multidão, Jesus sabia "que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei".

Imediatamente, ele se retirou e os deixou. Não queria ser honrado dessa maneira, pois tinha vindo não "para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20.28). Vemos a mesma atitude e a mesma disposição de espírito em todo o ministério terreno de nosso Senhor. Desde o berço até à sepultura, ele foi revestido de humildade (1Pe 5.5). Nasceu de uma mulher pobre e dedicou os trinta anos iniciais de sua vida a uma carpintaria de Nazaré. Foi seguido por companheiros pobres; muitos deles eram apenas pescadores. Seu estilo de vida era pobre: "As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça" (Mt 8.20). Quando viajou pelo mar da Galileia, utilizou um barco emprestado. Para entrar em Jerusalém, serviu-se de um jumento que pertencia a outrem. Ao ser sepultado, foi posto em um sepulcro alheio. Ele "sendo rico, se fez pobre por amor de vós" (2Co 8.9). Esse exemplo de nosso Senhor deveria ser lembrado com maior frequência. Orgulho, ambição e mente altiva são atitudes comuns; a humildade e a simplicidade de espírito são raras. Quão poucos recusam a fama, ao lhes ser oferecida! São muitos os que, continuamente, buscam grandezas para si e se esquecem da exortação: "Não as procures" (Jr 45.5). Certamente, não foi sem motivo que nosso Senhor, depois de lavar os pés dos discípulos, afirmou: "Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Devemos nos preocupar porque existe pouco dessa atitude de lavar os pés entre os cristãos. Quer os homens ouçam, quer não, a humildade é uma virtude sobremodo excelente. E, assim como alguém disse: "Quanto maior a humildade de uma pessoa, maior a sua espiritualidade". A humildade é o primeiro passo em direção ao céu e o caminho certo em direção à honra. "O que se humilha será exaltado" (Lc 18.14).

Devemos observar também, nesses versículos, as provações pelas quais passaram os discípulos de Cristo. Somos informados de que eles desceram para atravessar o mar, enquanto o Mestre permanecia ali por mais algum tempo. Depois, nós os vemos sozinhos, na escuridão da noite, sendo jogados de um lado para outro por um grande vento que soprava sobre as águas e, o que era pior, Cristo não estava com eles. Após testemunharem um milagre tão grande, servindo como instrumentos para uma multidão admirada, encontravam-se sozinhos e experimentavam a escuridão da noite, os ventos, as ondas, a tempestade, a ansiedade e o perigo. A mudança era tamanha! Mas Cristo conhecia essa situação. Ele mesmo lhes ordenara que atravessassem o mar; isso estava cooperando para o bem dos discípulos.

Precisamos compreender claramente que a provação é algo que deve ser esperado por todo cristão verdadeiro. Através dela, nossa fé é provada e descobrimos o que temos em nosso íntimo. Inverno e verão, frio e calor, nuvens e raios solares são igualmente necessários para trazer o fruto do Espírito à maturidade. Naturalmente, não gostamos de passar por essas coisas. Antes, nosso desejo é atravessar o mar com tempo bom e vento favorável, tendo Cristo sempre ao nosso lado e o sol brilhando em nossas faces. Mas nem sempre é assim. Se fosse, os filhos de Deus nunca se tornariam "participantes da sua santidade" (Hb 12.10). Abraão, Jacó, Moisés, Davi e Jó foram homens que passaram por muitas provações. Estejamos contentes em seguir seus passos e beber do mesmo cálice. Nas horas difíceis, talvez pareça que fomos deixados sozinhos; mas, na verdade, nunca estamos sós.

Por último, devemos observar o poder de nosso Senhor sobre as ondas do mar. Enquanto os discípulos remavam em meio à tempestade, Jesus foi ao encontro deles "andando por sobre o mar". Andava sobre as águas tão facilmente quanto sobre a terra seca. As águas o sustentaram com firmeza semelhante à do assoalho do templo ou à dos montes que circundavam Nazaré. Aquilo que é totalmente contrário à razão era inteiramente possível a Cristo.

Devemos lembrar que Jesus não é apenas o Senhor, mas também o Criador de toda a natureza. "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez" (Jo 1.3). Para ele, foi tão simples andar sobre o mar quanto formá-lo no princípio da Criação; tão simples suspender as leis da natureza, conforme as chamamos, quanto estabelecê-las no princípio. Às vezes, os eruditos dizem bobagens sobre a imutabilidade perpétua das "leis da natureza", como se fossem superiores ao próprio Deus e não pudessem ser interrompidas. De vez em quando, é bom que um milagre como esse nos faça recordar que as "leis da natureza" não são imutáveis ou eternas. Tiveram um princípio e, um dia, terão seu fim. Todos os verdadeiros crentes devem encontrar conforto ao pensar que o Salvador é o Senhor dos ventos, das ondas e das tempestades, capaz de ir ao encontro de seus discípulos, na hora mais escura, "andando por sobre o mar". Existem ondas de tribulação imensamente mais difíceis do que as do lago da Galileia. Existem dias sombrios, que provam a fé até mesmo do crente mais santificado. Contudo, se Cristo é o nosso Amigo, jamais nos desesperemos. Ele pode vir em nosso auxílio quando menos esperamos, usando meios que não imaginamos. E, quando ele vem, tudo fica tranquilo.


Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos


13 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page