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30/07/2024
Leia João 12.44-50
Esses versículos esclarecem dois assuntos que nunca chegaremos a entender totalmente. A paz que desfrutamos e a vigilância que demonstramos em nossa vida diária estão intimamente vinculadas a um nítido entendimento desses assuntos.
Em primeiro lugar, esses versículos nos falam sobre a dignidade do Senhor Jesus. Nós o encontramos afirmando: "Quem me vê a mim vê aquele que me enviou. Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneca nas trevas". A união de Cristo com o Pai e o ofício de Cristo são claramente apresentados nessas palavras. No que se refere à união existente entre o Pai e o Filho, temos de nos alegrar em crer com reverência naquilo que somos incapazes de assimilar em nossas mentes ou explicar plenamente. Deve satisfazer-nos o conhecimento de que nosso Salvador não era semelhante aos patriarcas e aos profetas, alguém enviado por Deus, o Pai, um amigo e testemunha dele. O Senhor Jesus era mais sublime e elevado do que isso. Em sua natureza divina, ele era essencialmente um com o Pai; se alguém via Jesus, estava vendo o Pai, que o enviara. Esse é um grande mistério, uma verdade muitíssimo importante para nossas almas. Aquele que pela fé lança seus pecados sobre o Senhor Jesus está edificando sua casa sobre a rocha. Crer em Jesus significa crer não apenas nele, mas também naquele que o enviou.
No que se refere ao ofício de Cristo, não há dúvida de que ele compara a si mesmo com o sol. Assim como o sol, o Senhor Jesus surgiu neste mundo entenebrecido pelo pecado, trouxe salvação e resplandece em benefício de todos os homens. Assim como o sol, o Senhor Jesus é a fonte e a essência de toda vida, conforto e frutificação espiritual. Assim como o sol, o Senhor Jesus ilumina toda a terra, de modo que ninguém erre o caminho que conduz ao céu se tão somente utilizar a luz que ele oferece.
Permitamos que Cristo ocupe uma posição sublime em nossa vida espiritual. Nunca poderemos confiar excessivamente nele, segui-lo com plena intimidade e ter comunhão suficiente com ele. Cristo tem todo o poder nos céus e na terra, sendo poderoso para salvar totalmente aqueles que, por intermédio dele, se achegam a Deus. Ninguém será capaz de nos tirar das mãos daquele que é um com o Pai. Jesus torna alegre, simples e estimulante toda a nossa jornada em direção ao céu, assim como o sol traz estímulo para o peregrino prosseguir em sua viagem. Olhando para Jesus, acharemos luz para nosso entendimento e para o caminho pelo qual devemos andar; sentiremos essa luz em nossos corações, e os dias de trevas, que às vezes surgirão, se tornarão resplandecentes. Somente devemos permanecer nele, contemplando-o com determinação. Encontramos profundo significado nestas palavras de Jesus: "São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso" (Mt 6.22).
Outra verdade mostrada nesses versículos é a certeza do julgamento vindouro. Vemos nosso Senhor dizendo: "Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia". Haverá um último dia! O mundo não permanecerá sempre da mesma maneira. Comprar e vender, semear e colher, planejar e construir, casar-se e dar-se em casamento - tudo isso terá um fim. O Pai designou um dia em que todo o ciclo da criação há de parar, e a época presente será removida, dando lugar a outra. A Criação teve um início; portanto, terá um fim. O comércio e os bancos cessarão para sempre suas atividades. Os parlamentos serão dissolvidos. O próprio sol, que desde a época do Dilúvio tem realizado fielmente seu trabalho, despontará e nunca desaparecerá no ocaso. Seríamos beneficiados se pensássemos mais nesse dia! Nascimentos, aniversários e casamentos frequentemente são considerados dias de interesse especial, mas nada significam em comparação ao último dia.
O julgamento virá! Assim como os homens têm seus dias de ajuste de contas, também Deus terá o seu. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, os vivos serão transformados. E todas as pessoas, de cada nação, tribo e idioma, comparecerão diante do trono de Cristo para ser julgadas. Os livros serão abertos e as evidências, demonstradas. Nosso verdadeiro caráter será revelado diante de todos. Ninguém escapará daquele dia, não haverá dissimulação nem fingimento. Todos prestarão contas de si mesmos a Deus e serão julgados de acordo com suas obras. Os ímpios serão lançados na condenação eterna, e os justos gozarão a vida eterna.
Essas são verdades que nos causam medo, mas que precisam ser proclamadas. Não devemos ficar admirados com o fato de que Félix, o governador romano, ficou amedrontado quando o apóstolo Paulo discorreu "acerca da justica, do domínio próprio e do juízo vindouro" (At 24.25). Apesar disso, o crente no Senhor Jesus não tem motivo para se sentir temeroso. Para o crente, não há qualquer condenação; portanto, naquele grande julgamento, ele não precisará ficar aterrorizado. As vicissitudes de sua vida testemunharão em seu favor, ao passo que suas imperfeições não o condenarão. O homem que rejeita Cristo, que não atende à sua chamada e que não se arrepende terá motivos para, no julgamento do último dia, sentir-se desanimado e temeroso.
Esse pensamento deve ter efeito prático em nosso cristianismo. Julguemo-nos diariamente com reta justica, a fim de que não sejamos julgados e condenados pelo Senhor. Temos de falar e agir como homens que serão julgados pela lei da liberdade. Estejamos atentos a tudo que fazemos diariamente e jamais esqueçamos de que daremos conta de cada palavra ociosa no Dia do Juízo. Em resumo, precisamos viver como pessoas que creem na verdade acerca do juízo vindouro, do céu e do inferno. Vivendo dessa maneira, seremos verdadeiros crentes e teremos ousadia no dia em que Cristo se manifestar. O crente deve utilizar o Dia do Juízo como resposta quando os incrédulos o ridicularizarem, considerando-o demasiadamente correto, preciso e cuidadoso em sua religião. Por algum tempo, a incredulidade talvez pareça ser algo bom, enquanto o homem está desfrutando boa saúde, prosperidade e pensa somente nas coisas do mundo. Mas aquele que acredita que terá de prestar contas ao Juiz dos vivos e mortos, em sua manifestação e no seu reino, jamais ficará contente em viver na impiedade. Ele dirá: "Haverá um julgamento. Não posso deixar de servir a Deus. Cristo morreu por mim. Não serei capaz de servir a ele com tanta intensidade quanto ele merece"
Leituras diárias compiladas para o Ministério das Mulheres IESBR por Sónia Ramos
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